No fim do século 19, na Alemanha, o químico Félix Hoffman buscava uma solução para acalmar as dores do pai, que tinha reumatismo
Na época, dores e febres eram grandes problemas de saúde
O ópio, que tem como substância ativa a morfina, era o único analgésico conhecido. O medicamento tinha muitos efeitos colaterais e causava dependência
Anúncio de 1900 sobre um tratamento para vício em morfina
Os pesquisadores procuravam desesperadamente um remédio para dor que pudesse se tornar barato e popular
Em 1897, Hoffman conseguiu sintetizar pela primeira vez, de forma pura e estável, o ácido acetilsalicílico (AAS)
Fórmula do ácido acetilsalicílico
Essa substância vem de uma outra, o ácido salicílico, que, por sua vez, é extraída de folhas de árvores de salgueiro
Infusões com as cascas e folhas da planta já eram utilizadas há muitos séculos como analgésicos. Hipócrates (460 a.C. - 370 a.C), o pai da medicina, costumava prescrevê-las
Com a sintetização, o AAS, que virou aspirina, passou a ser comercializado pela Bayer em 1899
Assim que lançada, a pílula já foi anunciada como o melhor remédio contra dores, gripes, resfriados e febres
Com o tempo, foi descoberto que a aspirina atenuava as dores das mulheres no período menstrual, atuava contra a ressaca, a dor de dente e de ouvido, enxaquecas
Ela foi um dos mais importantes remédios para aqueles que passaram pela gripe espanhola, que devastou a Europa no início do século 20
Hoje, além da função analgésica, sabe-se que a aspirina desempenha um papel importante ao evitar o agravamento de infartos
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Folha de S.Paulo
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Ana Luísa Moraes