Presidente do Senado ri de ameaça de 'prensa' para aprovar Previdência

Senador afirmou nesta manhã que a reforma deve ser tocada apenas no próximo governo

Angela Boldrini Ranier Bragon
Brasília

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE) riu da ameaça de Paulo Guedes, futuro ministro da Economia de Bolsonaro, de dar uma "prensa" no Congresso para aprovar Previdência em 2018. 

Questionado por jornalistas após sessão do Congresso nesta terça-feira (6) sobre a fala do economista, Eunício apenas deu risada e encerrou a entrevista. 

O senador, que não se reelegeu, afirmou nesta manhã que a reforma deve ser tocada apenas no próximo governo. 

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Eunício Oliveira (MDB-CE), presidente do Senado - Pedro Ladeira - 11.jul.18/Folhapress

Já equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) insiste na aprovação de parte da mudança do texto constitucional ainda em 2018. 

Paulo Guedes afirmou que, para isso, é preciso uma "prensa" nos parlamentares. "O presidente tem os votos populares e o Congresso a capacidade de aprovar ou não. Prensa neles. Se perguntar para o futuro ministro, ele está dizendo 'prensa neles', pede a reforma, é bom para todo mundo". 

A declaração repercutiu mal entre parlamentares. "O que tem que apelar é para o espírito publico daqueles que ainda estão com mandato, em nome do país, e buscar fazer o que for possível. Prensa, não. Acho que ele se expressou mal", afirmou Pauderney Avelino (DEM-AM).

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) também voltou a afirmar na manhã desta terça que é pouco provável que se aprove a reforma neste ano. 

Já no Senado, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou que o "momento exige diálogo, e não é com prensa que se resolvem algumas questões", afirmou.

Ele disse que é "muito difícil" que a reforma seja aprovada, por causa do curto tempo que há nesta legislatura, que termina em fevereiro de 2019. Para ser aprovada, a reforma teria que passar por votações em dois turnos na Câmara e mais dois no Senado. 

"Acho muito difícil, com prensa ou sem prensa", disse. E alfinetou Guedes. "Não é assim que se resolvem as coisas na relação entre o Executivo e o Congresso. Talvez a falta de experiência na vida política, na relação com o Congresso faça com que ele pense assim", afirmou.

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