A confusão começou na terça-feira, quando o padre, que estava na Bahia para divulgar seu CD, apresentava, pelo telefone, seu programa diário. No último intervalo entrou a propaganda do Ministério da Saúde incentivando o uso da camisinha para evitar doenças sexualmente transmissíveis. O padre explodiu: "Isso eu não admito", disse ele, desligando irritadíssimo o telefone e deixando o programa fora do ar.
"Há muito tempo Marcelo Rossi andava irritado pelo conteúdo das propagandas", disse um funcionário da rádio pedindo anonimato.
Na quarta-feira o programa foi ao ar em clima tenso. Nos corredores os funcionários já sabiam que o padre seria demitido. Só Marcelo Rossi não sabia. Depois de receber o comunicado da demissão, ontem, o padre despediu-se dos ouvintes no ar. "Por discordâncias com a direção as portas foram fechadas para mim. Faço o programa por ser mais uma forma de atingir o meu objetivo de evangelizar", afirmou ele aos ouvintes.
A rádio América é administrada pela Rede Paulo Sat, controlada por padres católicos. A atitude do padre colocou a cúpula da emissora na maior batina justa da paróquia. "Se o papa diz que católico não deve usar camisinha, como os bispos podem demitir um padre que está cumprindo o mandamento do Vaticano?" perguntava-se ontem o mesmo funcionário. Francisco Valio Júnior, assessor da rádio, disse que a emissora só vai se manifestar depois de se reunir com o bispo Dom Fernando Figueiredo, superior de Marcelo Rossi. Há cinco anos no ar e líder no horário das 9 às 10 da manhã, Marcelo Rossi já foi sondado para um programa da rádio Globo. Para depois das férias.   (colaborou Débora Miranda)

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