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Executivo é assassinado em emboscada em SP

VÍTIMA SAIU DE SEU PRÉDIO APÓS UMA LIGAÇÃO, PROCUROU POR UMA CRIANÇA EM UMA CASA PERTO E, DEPOIS, DISCUTIU COM MOTOQUEIRO, QUE O MATOU A TIROS

A morte de um dos principais dirigentes da maior produtora de carne bovina do mundo intriga a polícia de São Paulo. O diretor-executivo de alimentos da JBS-Friboi no Brasil, Humberto de Campos Magalhães, 43 anos, foi morto na noite de anteontem com um tiro na barriga, disparado por um motoqueiro, em uma rua próxima ao prédio onde morava, na Vila Leopoldina, na zona oeste paulistana.

"Foi execução, ele caiu em uma emboscada. Só não sabemos a mando de quem", diz o delegado Manoel Adamuz Neto, do 91º DP.

Apenas o celular e a chave do carro dele, um Mercedes-Benz C 320, não foram achados. No veículo havia uma mala com documentos, dinheiro, cheques e um envelope com papéis da empresa. Foi encontrado também um bilhete onde estava escrito "Urgente, Carlos Weber" e o número do prédio onde ele morava. O edifício fica a 300 m de onde o crime ocorreu.

O executivo deixou seu apartamento por volta das 21h, após receber um telefonema, diz a polícia. Ele "estava indo resolver um problema", segundo o porteiro e o depoimento da mulher dele.

Magalhães seguiu até a rua Alfenas, uma travessa próxima. Parou o Mercedes na esquina, caminhou até uma casa no meio da rua e tocou a campainha; foi atendido por um homem de 50 anos.

"Ele perguntou se havia alguma criança chorando aqui em casa, porque havia recebido uma ligação de que havia uma criança chorando aqui. Ele estava nervoso e agitado, disse que procurava um filho", disse a cunhada da testemunha, de 32 anos.

O morador respondeu ao executivo que apenas os dois netos estavam na casa, mas que nenhum deles chorava. O morador, intrigado, ficou na porta da residência, observando Magalhães caminhar até o carro na esquina, onde um motoqueiro o esperava.

De acordo com depoimento da testemunha à polícia, o executivo entrou no veículo e sentou no banco do motorista enquanto conversava com o motoqueiro pela janela.

Ambos discutiram e gesticularam muito, ainda segundo a testemunha, até que o motoqueiro sacou a arma, disparou dois tiros e fugiu. Um tiro atingiu o abdome do executivo e o outro passou de raspão pela perna. Ferido, Magalhães saiu do carro e caminhou cerca de 300 metros até cair em frente a um ponto de táxi. O motoqueiro fugiu do local.

Quatro meses atrás, ele deixara a casa onde morava com a ex-mulher e vivia com uma nova companheira. Segundo o irmão da vítima, André Magalhães, 38 anos, a família, que vive em Goiás, foi avisada da morte por funcionários da empresa, por volta das 7h. "A gente não pode falar nada contra ninguém."

A mulher dele viajou para Goiás para o enterro, hoje, em Barra Jardim.
(Tahiane Stochero)

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