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Pitty fora do padrão

"ANACRÔNICO', NOVO CD DA ROQUEIRA PITTY, É MAIS PESADO QUE O PRIMEIRO

Mesmo depois de sua estréia bem-sucedida no cenário nacional, em 2003 -foram 250 mil cópias vendidas do CD "Admirável Chip Novo" e 25 mil do DVD "Admirável Vídeo Novo"- a cantora Pitty não hesitou em mexer no time que está ganhando. Em seu novo álbum, "Anacrônico", ela mostra um som mais pesado. E se os fãs (em sua maioria, adolescentes) conquistados nesses dois anos se assustarem? "Paciência. Não dá para fazer música pensando em vender 250 mil CDs. Essa é uma armadilha que ninguém merece. Claro que quero vender, mas isso não pode ser uma obsessão", dispara.
"Sei que há um nicho para isso. Entre os fãs, tem uma galera muito hard core", diz ela, afirmando que nem a fama repentina nem o reconhecimento, vindo até de veteranos -no ano passado, ela participou do "Acústico MTV" do grupo Ira!- aumentaram sua responsabilidade quanto à aceitação do trabalho. "Não carrego essa cruz. Quero ser melhor para mim, não como uma prova para os outros. O reconhecimento que procuro é o que acontece quando encontro alguém que me diz sentir aquilo que eu escrevi."
Assim como em "Admirável Chip Novo", o novo álbum traz só composições da roqueira -"Déjà Vu" foi feita em parceira com Peu Souza, ex-guitarrista do grupo, e "Anacrônico", com Graco. A faixa que dá nome ao disco é a primeira a chegar às rádios, e o clipe já está na MTV. "É uma música autobiográfica, mas tem a ver com todo mundo, porque todos estão em um processo de evolução constante. Ninguém é igual ao que era há dez anos nem será o mesmo daqui a dez anos", filosofa.
"Anacrônico", assim como "Guerreiros São Guerreiros", "Saideira" e "Déjà Vu", veio do "baú" de Pitty, já que existe desde antes da gravação do disco "Admirável Chip Novo".
O motivo de essas canções estarem guardadas até hoje, foi, segundo a cantora, a falta de "know-how" no começo da carreira. "Ninguém nasce sabendo, e eu nunca tinha entrado em um estúdio com tantos equipamentos, não tinha tanta consciência do som que queria tirar. Desta vez, chegamos mais perto", afirma ela.
Com versos como "Estuprem as mulheres/ Brutalizem os homens/ Despedacem os fracos/ Enfeitem a moda/ Sodomizem as crianças/ Escravizem os velhos...", a faixa "Quem Vai Queimar?" chama a atenção. Nascida após conversas em botecos, a canção retrata temas como a Inquisição e as bruxas. E, antes que os pais se preocupem com que os filhos adolescentes façam o que a moça "manda", ela avisa: "Não quero subestimar as pessoas. Prefiro acreditar que elas vão além disso. Essa música nasceu depois de conversas em botecos, esse assunto ficou me cutucando."
"Anacrônico" também será o nome de um Dual Disc (CD de um lado e vídeo de outro, com qualidade de DVD) que a cantora deve lançar ainda neste ano, com um documentário de 80 minutos sobre o período que passou em estúdio. "Ele mostra como entramos sãos e saímos loucos", brinca a roqueira, que começa sua turnê dias 2 e 3 de setembro no Via Funchal, tel. (0/xx/11) 3038-6698. Os ingressos custam de R$ 40 a R$ 100. (Marina Yakabe)


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