Genéricos do calypso

SUCESSO DE JOELMA E CHIMBINHA FAZ BROTAR EPIDEMIA DE BANDAS COM O MESMO NOME

Cuidado para não se enganar: o sucesso da Banda Calypso, aquela do casal Joelma e Chimbinha, fez com que as paradas de sucesso recebessem uma avalanche de grupos com pelo menos duas semelhanças: a origem (o Pará) e o nome -ao menos cinco batizados com "calypso".
É só mirar a parada tropical do site "Radio Brasil". Entre as 50 músicas mais executadas nas rádios populares, aparecem a Banda Calypso, a Companhia do Calypso e o Planeta Calypso -essa lista ainda não inclui outros "genéricos", como o Calypso do Pará e o Destak do Calypso.
Quem acompanha a cena desde o surgimento diz que a "coincidência" de nomes nada tem de aproveitadora. Segundo o agitador cultural Junior Neves, especialista no assunto, o ritmo de origem caribenha atrai cerca de 50 bandas no Pará com a mesma combinação musical -guitarra, baixo e muita percussão- e de letras românticas apresentadas por um trio de vocalistas cercado de dançarinas no palco.
"A gente coloca calypso no nome em função do ritmo. Os grupos de samba também fazem o mesmo. Pode observar: tem Exaltasamba, Harmonia do Samba... O público está acostumado com esse tipo de coisa", diz Ednaldo Garcia Santos, empresário do Destak do Calypso.
Em alguns casos, as "bandas-irmãs" partem do mesmo empresário. Ary de Carvalho, por exemplo, trabalhou com a Banda Calypso em 2001 e, no ano seguinte, montou a Companhia do Calypso. Ele foi um dos responsáveis pela mudança do nome do gênero musical. "Eles chamavam de brega do Pará, mas assim só conseguiram vender localmente. Achei melhor usar calypso", afirma.
Segundo ele, tantos nomes iguais não causam confusão. "Nunca ninguém reclamou de ir ao show de uma banda esperando ver outra."
Não é o que dizem os produtores da Banda Calypso. "Já houve casos de pessoas que foram a um show de grupos com nomes parecidos perguntando pelo Chimbinha", diz Margarete Martins. "Em Três Marias (MG), até divulgaram um show da Banda Calypso. Mas a gente não assinou contrato nenhum", diz o empresário da banda, Pedro da Mota Silveira Neto. (Maria Rita Teixeira e JA)

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