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Explosões em fábrica
matam 3 no interior de SP
UNIDADE EM LORENA DE EMPRESA AUSTRALIANA PRODUZ EXPLOSIVOS PARA DETONAÇÃO. CIDADE VIZINHA OUVIU BARULHO E SENTIU TREPIDAÇÃO
LORENA - Uma seqüência de
explosões no setor de explosivos da empresa Orica Brasil
Ltda, em Lorena (188 km de
São Paulo), deixou três mortos, na manhã de ontem.
Outras 12 pessoas tiveram
de passar por hospitais -seis
continuavam internadas até o
fechamento desta edição.
Além da destruição de galpões
em conseqüência das explosões, houve também incêndio, que só foi controlado
duas horas após o acidente.
As explosões foram tão fortes que estilhaçaram vidros de
pelo menos duas agências
bancárias no centro da cidade, distante cerca de cinco
quilômetros do local, e pôde
ser ouvida e sentida na cidade
vizinha de Guaratinguetá (176
km de São Paulo). Até o começo da noite, não se sabia a
causa do acidente, que deixou
um galpão de 1.750 m2 completamente destruído. As investigações serão feitas pela
Polícia Civil. A direção da empresa informou que também
fará uma "perícia rigorosa".
As explosões aconteceram a
partir das 8h30, em um dos
três galpões onde é produzido
um explosivo conhecido como
"powergel", empregado por
mineradoras e empreiteiras na
detonação de pedreiras.
De acordo com o assessor de
imprensa da Orica, Ben-Hur
Teixeira Macedo, a planta de
explosivos começou a funcionar em janeiro deste ano no
local. "Era uma planta moderna e segura. Nós não sabemos
o que pode ter provocado a
explosão mas vamos fazer
uma perícia para saber." Segundo ele, a perícia deve ser
concluída em 30 dias e deve
contar com representantes da
matriz da Orica, na Austrália.
Na planta eram produzidos
mensalmente cerca de mil toneladas do "powergel", uma
emulsão explosiva à base de
nitrato de amônia.
De acordo com Macedo, o
explosivo era detonado ao se
misturar a um outro produto
químico, que ele não soube
identificar, e que é produzido
em uma área diferente daquela que sofreu as explosões.
Dezoito bombeiros de Guaratinguetá e de Cruzeiro participaram da operação na Orica.
Lorena não possui Corpo de
Bombeiros. De acordo com o
comandante da operação, capitão Ênio Aparecido Fernandes, a seqüência de explosões
destruiu completamente um
dos galpões e avariou os outros dois que formam a planta.
"Reatores foram rasgados
pela força das explosões. Pedaços de esquadrilhas metálicas foram atirados a mais de
500 metros de distância", disse ele. O incêndio, segundo o
capitão, foi controlado apenas
duas horas depois. "Tivemos
que esperar algum tempo para
agir, porque havia o risco de
que novas explosões."
Dos 19 funcionários que trabalhavam no local das explosões, três morreram: Luiz Marcelo Broca, supervisor da unidade, Lamartine Alves e Marcos Elízeo Braz, ambos engenheiros químicos. A idade deles não foi divulgada.
(Agência Folha)
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