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Tremor no Chile faz centro da capital balançar

TERRA TREMEU EM SP SEIS MINUTOS APÓS TERREMOTO. PRÉDIOS NA AV. PAULISTA E POUPATEMPO TIVERAM DE SER EVACUADOS

Bastaram 40 segundos de um forte tremor de terra no lado oposto da América da Sul para que prédios balançassem e fossem desocupados em regiões como o centro paulistano e bairros das zonas sul, oeste e leste da capital.
A primeira sensação foi de mal-estar. Ao falar com os colegas de trabalho que não se sentia bem, a assistente de comércio exterior Cristina Fanani, 34 anos, percebeu que todos estavam com o mesmo sintoma. "Na hora, meu colega disse que se todos estavam com tontura era porque era o prédio, e não a gente", disse Cristina. Logo em seguida, o telefone tocou pedindo para que todos saíssem do edifício Silver Power, na alameda Campinas (zona oeste).
Segundo o IAG (Instituto Astronômico, de Geofísica e Ciências Atmosféricas) da Universidade de São Paulo (USP), o tremor sentido em São Paulo foi reflexo de um terremoto de magnitude 7,7 da escala Richter que atingiu a cidade de Antofagasta, no Chile. O impacto pode ser medido pela escala de Mercaldi, que traduz em números os efeitos do terremoto nas pessoas e estruturas. Por esse método, as estruturas tremeram em uma escala de dois a três graus.
No prédio de Cristina, onde também funciona o consulado da Nova Zelândia, as persianas nos andares mais altos tremeram bastante. Ali e em pelo menos sete regiões, segundo a Defesa Civil, o abalo foi sentido: Mooca (zona leste); Pinheiros, Sumaré e Pompéia (oeste) e as avenidas Paulista e Ipiranga (centro).
O tremor no Chile foi registrado às 13h40 (horário de Brasília). O abalo em São Paulo foi sentido seis minutos depois. A ocorrência mais significativo aconteceu no prédio do Poupatempo da praça Alfredo Issa (região central de São Paulo). Funcionários abandonaram o edifício e outros, que chegaram à tarde, ficaram receosos de subir. O prédio foi vistoriado pela Defesa Civil e liberado.
O atendente de telemarketing Carlos Custódio, 26 anos, era um deles e optou em faltar. "E se o prédio cair?" Quem presenciou o tremor disse que foi quase imperceptível. No entanto, houve um certo pânico com pessoas descendo as escadas chorando e passando mal. "Levei umas dez pessoas para o ambulatório. Uns com taquicardia e grávidas passando mal", disse a atendente Gisele Nunes, 39 anos.
Taila de Sá, 22, ao descer as escadas, ouviu pessoas informando que havia incêndio no local. "Foi mais boato, mas assustou bastante", disse.
Segundo o engenheiro eletrônico Luís Galhardo, do IAG, a capital paulistana tem prédios altos, o que acentua os efeitos causados pelo tremor. "Quando acontece um terremoto, o abalo se propaga em ondas. Quem está em lugares altos sente tonturas."  (Fabiano Nunes e Giovanna Balogh)



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