Novas tecnologias apresentadas na Agrishow prometem reduzir o consumo de água no campo

Principal consumidora de água no mundo, a irrigação na agricultura entrou numa fase tecnológica que permite, com o uso de sensores e big data, definir recomendações de manejo, irrigação e nutrição da terra.

Outros equipamentos tecnológicos lançados por fabricantes fazem com que o produtor rural ligue e desligue pivôs centrais de irrigação remotamente e cessem, sem cortes, vazamentos nos sistemas de água.

Essas são algumas das inovações no setor que serão apresentadas durante a Agrishow, em Ribeirão Preto, que começa nesta segunda-feira (29) e segue até o dia 3 de maio.

Utilizada na agricultura tanto durante o plantio quanto no desenvolvimento das lavouras, a água permite ou torna mais eficientes as produções agrícolas. Portanto, toda iniciativa para reduzir o consumo de água, tornando a irrigação mais precisa, resulta em redução de custos.

Para a ANA (Agência Nacional de Águas), órgão federal gestor dos recursos hídricos, oito municípios que têm a agricultura irrigada como principal atividade gastaram juntos, em 2017, 84% do total de água retirada por toda a indústria de transformação do país. Reunidos em um manual após dois anos de estudos, os dados foram usados como base para o desenvolvimento do Plano Nacional de Segurança Hídrica.

"Junto com os equipamentos de irrigação por gotejamento colocamos um equipamento que é um cérebro. Ele fará toda a gestão do projeto", explica Carlos Eduardo Jábali Sanches, diretor de Marketing e agronomia da Netafim/Amanco. Diz mais: "Linkado a sensores instalados no campo, vai jogar as informações desse big data na nuvem e serão sugeridas recomendações de manejo".

A digitalização da irrigação vai permitir definir remotamente o volume necessário de irrigação em cada área, assim como a nutrição dela. Será lançado oficialmente na feira. Segundo Sanches, atende desde a agricultura familiar a grandes propriedades. Seu custo, calcula, se paga em um ano.

A Agrishow ainda contará com lançamentos mais simples com o objetivo de reduzir o gasto de água ou minimizar perdas no campo. Uma delas é uma abraçadeira autosselante desenvolvida pela Improv para cessar definitivamente vazamentos em tubulações de irrigação.

Ela evita ter de cortar tubulações, atende a quaisquer diâmetros e tem tempo de reparo inferior a 20 minutos.

Já a Valley trará para Ribeirão Preto um sistema controlado a distância por smartphone, sem necessidade de internet. Ele permite ligar e desligar o pivô central remotamente.

Outra aposta é da Lindsay, que exibe em mapa ou lista informações de todas as áreas irrigadas, incluindo esgotamento de água do solo ou a quantidade para aplicar e evitar estresse hídrico da cultura.

"O país tem ganhado espaço forte na irrigação", defende Francisco Matturro, vice-presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) e presidente da Agrishow.

"Crescemos em média 200 mil hectares por ano em área irrigada. O Brasil vai continuar crescendo nesse setor, sobretudo quando avança no semiárido, que tem o ciclo de chuva mais definido e precisa produzir durante o ano todo."

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