Análise: PIB da agropecuária vai bem no país da depressão

A agropecuária vai ter um ano razoável em 2019. Mas o crescimento vai ficar longe do que se viu em anos como o exuberante 2017, quando o avanço foi de 12,5%. Aquela grande safra tirou o país da recessão. A agropecuária foi responsável por mais de 70% do aumento da produção nacional e derrubou a inflação. Para um setor que responde por cerca de 5% do PIB, foi um feito.

As projeções para o crescimento da economia brasileira em 2019 estão caindo de 2% para 1,5%. Na agropecuária, ficam em torno de 2%. Ainda assim, é um resultado que parte de uma base considerável, de um alto nível
de produção. Parte da flutuação é típica de um setor naturalmente instável. A segurança e a previsibilidade dos negócios podem melhorar, a depender do crédito e do comércio exterior.

São dois assuntos quentes. Uma política mais inteligente pode abrir mais mercados, o que depende de progressos nas negociações bilaterais, com países específicos, no que o Brasil tem ido mal. O novo governo defende mais acordos desse tipo, mas até agora a política comercial é incerta e inábil. A exportação do agronegócio é gigante, cerca de 42% do valor das vendas brasileiras.

Outro assunto crucial é o crédito. O governo quer diminuir os empréstimos de bancos públicos, com taxas de juros subsidiadas, ao menos para grandes produtores. A mudança ainda está sendo discutida, mas causa tensão.

De qualquer modo, o PIB da agropecuária vai bem no país da depressão. Cresceu 10% desde 2014 -a indústria recuou 10%, o setor de serviços, 3%.

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