Mesmo com cenário incerto, projeção de faturamento na Agrishow é de R$ 3 bilhões

Realizada há 25 anos, a Agrishow se destacou logo no início ao fazer o que de fato interessava aos produtores rurais: demonstrar no campo o funcionamento das máquinas expostas nas feiras agrícolas.

Parece simplista, mas não se via em exposições agropecuárias máquinas como colheitadeiras e implementos agrícolas em ação no campo. Reunir os principais fabricantes do país e comparar produtos para encontrar o que melhor se adaptaria à sua propriedade então era algo utópico para os fazendeiros brasileiros.

Antes dessa Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, produtores rurais adquiriam equipamentos confiando nas empresas ou em colegas que já os conheciam.

Por dia, foram feitas 110 demonstrações de campo em sua primeira edição, em 1994, o que a fez famosa entre administradores de fazendas, agricultores, pecuaristas, consultores e agrônomos, movimentando o equivalente a US$ 100 milhões (pouco menos de R$ 400 milhões, ao câmbio atual).

Desde então, foram batidos sucessivos recordes de intenções de negócios na feira, a maior de tecnologia agrícola do país. A Agrishow ocorre em uma área de exposição de 21,5 alqueires, o equivalente a 72,8 campos de futebol padrão Fifa, pertencente ao governo do estado.

Dos R$ 2,2 bilhões de 2017, o total chegou a R$ 2,7 bilhões no ano passado. Agora, a previsão é de alcançar R$ 3 bilhões em intenções de negócios, com 800 marcas em exposição numa das capitais do agronegócio brasileiro, Ribeirão Preto, a 313 km de São Paulo.

Entre a próxima segunda-feira (29) e o dia 3 de maio, o evento agrícola projeta reunir mais de 150 mil pessoas, entre eles estrangeiros de 80 países.

Embora ocorra numa região de grandes propriedades rurais e com terras ocupadas por cana-de-açúcar –cultura que responde por metade do PIB do agronegócio do estado de São Paulo-, a Agrishow reúne todos os tipos de cultura e solução que atendem a expectativas da agricultura familiar e dos latifúndios do Centro-Oeste do país.

Nas últimas duas décadas e meia, ela se tornou cenário para os principais lançamentos dos fabricantes, sendo por isso considerada um termômetro do agro brasileiro. Isso não inclui apenas as gigantes colheitadeiras de grãos comercializadas por valores acima de R$ 1 milhão, mas também autopeças, centros de pesquisa, agricultura de precisão, equipamentos para irrigação, fertilizantes, máquinas para construção, sementes e, mais recentemente, startups. Se a feira vende bem, a perspectiva para o ano é positiva. Se vai mal, preocupa a economia nacional, já que o setor tem tido destaque no PIB (Produto Interno Bruto) nos últimos anos.

Apesar da frustração de 2018, quando os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram alta de apenas 0,1% no ano, em 2017, o PIB do setor subiu 12,5%. Na semana que vem, os termômetros da economia brasileira vão estar fincados na terra vermelha de Ribeirão Preto.

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