Análise: Agronegócio sustenta economia no país

A recuperação econômica que se esperava para este ano ainda não deu sinal de vida, mas nem tudo são sombras. O agronegócio, mais uma vez, vai segurar as pontas e impedir recuos ainda maiores na atividade econômica.

A safra de grãos deste ano, embora ainda esteja indefinida, volta a aumentar e já é certo que vai superar as previsões iniciais de produção.

A soja e o milho, os dois carros-chefes do setor, estão entre as boas notícias do segmento agrícola: seus números vêm sendo revisados para cima por várias consultorias, após previsões iniciais de produção um tanto acanhadas.

Neste ano, diferentemente do ano passado, quando a soja reinou quase sozinha, atingindo recordes de produção e de exportação, já se vê uma pulverização dos segmentos com condições melhores. As carnes e o algodão, por exemplo, já estão na lista de produtos com bom desempenho.

Caso sejam aprovadas medidas econômicas que reativem a economia, as carnes (bovina, de frango e suína) poderão ter uma melhora na demanda interna.

A ajuda maior para a proteína animal, no entanto, virá de fora, principalmente da China. O país amplia, ano a ano, as compras no Brasil, não só elevando os volumes como também diversificando a pauta de importações.

Após liderarem as compras de soja do Brasil por vários anos, os chineses já mostraram que têm apetite para ir além. Já estão entre os principais importadores não só de carne (bovina, de frango e suína) como também de algodão, celulose e até de suco de laranja concentrado.

Esse avanço do agronegócio brasileiro em várias frentes traz uma boa dinâmica para o mercado interno. Há um aumento não só de pequenas indústrias, como as de suco de laranja, mas também de grandes grupos de proteínas com foco na exportação.

A constante evolução das safras de grãos, o aumento de área das florestas plantadas e o crescimento da produção de carnes movimentam uma cadeia de setores ligados ao agronegócio, como o de insumos, o de agrosserviços, o de maquinário agrícola e a agroindústria como um todo.

As vendas de máquinas agrícolas espelham esses números neste ano. No primeiro trimestre, as vendas no setor subiram 24% em relação às de 2018. A comercialização de colheitadeiras, mais intensa ainda, aumentou 58% no mesmo período, prova de que há bons ventos no horizonte.

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