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26/02/2013 - 04h13

Carlos Nobre, membro do painel do clima, critica céticos em evento no Rio

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CLÁUDIA COLLUCCI
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O secretário do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Carlos Nobre, membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), disse nesta segunda (25) que a estratégia usada pelos céticos do clima é a mesma usada no passado pela indústria do tabaco para desqualificar os malefícios do cigarro à saúde.

"É a mesma tática que conseguiu adiar por anos as políticas contra o tabagismo nos EUA e, depois, nos países em desenvolvimento. Hoje já existe uma ciência robusta e sólida do aquecimento global", disse ele, durante a conferência internacional da Rede Global de Academias de Ciências, que termina nesta terça no Rio.

Nobre comentou os ataques que o IPCC vem sofrendo, entre eles por conta de um erro em dados sobre o derretimento do Himalaia, no ano passado, que reascendeu o debate sobre a existência do aquecimento global.

"Nenhuma instituição científica, nenhum cientista é infalível. Erros acontecem, e a ciência está sempre se auto-corrigindo."

Segundo ele, a maioria desses movimentos que duvidam do aquecimento global é originária dos EUA e mantida por lobbies da indústria fóssil [do petróleo] e do carvão. "É o setor que detém 20% do PIB Mundial."

Questionado se a afirmação incluía também a indústria petrolífera brasileira ou pesquisadores brasileiros, ele disse que não há nenhuma evidência sobre isso.

RELATÓRIO

O próximo relatório do IPCC só deve sair no fim de 2014 -o último foi publicado em 2007. Até setembro deste ano, deve ficar pronta a primeira parte do documento, que trata das previsões de aumento da temperatura e das mudanças climáticas associadas ao aumento da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera.

Pela primeira vez, o relatório terá uma contribuição do Brasil. O país vai produzir um modelo de previsão climática global, que poderá ser incorporado aos modelos internacionais que o IPCC já usa para fazer suas projeções.

Segundo Nobre, o modelo brasileiro vai ter informações sobre fenômenos tropicais, como derretimento de geleiras na América Latina até a situação das queimadas e enchentes no Brasil.

Vai poder, inclusive, a melhorar as previsões do tempo no país.

Mas antes de ser submetido ao IPCC, o modelo nacional precisa ser validado e publicado em revista especializada _está agora em fase de revisão.

Os primeiros resultados do modelo foram apresentados na semana passada em uma reunião da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Ele vem sendo desenvolvido desde 2008 por pesquisadores ligados ao Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais, à Rede Clima do governo federal e ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas.

Os dados estão armazenados no supercomputador Tupã, que custou R$ 50 milhões e está instalado no Inpe. A máquina custou R$ 50 milhões, pagos pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) e pela Fapesp.

 

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