Sudan, o último rinoceronte-branco macho da subespécie do norte, morreu no último mês de março, no Quênia. Restaram apenas duas fêmeas: Najin, sua filha, e Fatu, sua neta.
Muitos cientistas estavam pessimistas com relação ao futuro da espécie, mas um novo artigo na revista Nature Communications é um indício de que a maré de azar está dando espaço para a esperança.
Usando esperma congelado de rinocerontes-brancos do norte do Quênia e óvulos de seus parentes próximos do sul, cientistas criaram embriões híbridos que, ao menos em tese, poderiam ser implantados em fêmeas que serviriam de barriga de aluguel.
Trata-se de um pequeno passo para fazer ressurgir a população funcionalmente extinta, que não é mais viável.
A próxima etapa da pesquisa é implantar os embriões híbridos para ver se eles se desenvolvem adequadamente.
Depois, se tudo der certo, os cientistas, principalmente da Alemanha e da Itália, pedirão ao governo queniano para coletar os óvulos de Najin e de Fatu, que seriam fertilizados com esperma de quatro indivíduos da mesma subespécie. Pelas contas, seriam necessários três anos até que um bebê rinoceronte-branco do norte puro-sangue nascesse.
A desvantagem desse método é que, apenas com material de quatro machos e duas fêmeas, a variabilidade genética do novo rebanho seria muito baixa, o que pode reduzir a viabilidade e resiliência.
Outro caminho é transformar células de pele em células embrionárias. A coleção do Zoológico de San Diego, por exemplo, conta com células de 12 indivíduos e já houve avanços nessa linha de pesquisa.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.