Desde 1985, o Brasil perdeu milhões de hectares de florestas e ganhou praticamente a mesma quantidade de áreas destinadas à agropecuária.
Nos últimos 33 anos houve perda de florestas na casa dos 89 milhões de hectares, o equivalente a cerca de 3,5 vezes o tamanho do estado de São Paulo.
Mais da metade dessa perda, 47 milhões de hectares, aconteceu na Amazônia. A maior parte desse montante transformou-se em pastagem ou em área de cultivo.
Em todo o país, as áreas agropecuárias cresceram 86 milhões de hectares de 1985 até o ano passado.
Os resultados da iniciativa foram apresentados nesta quinta-feira (29) como parte do seminário anual do MapBiomas, iniciativa que envolve diversas ONGs e universidades (como a UFRGS e a Universidade Estadual de Feira de Santana), além de empresas (como o Google).
A edição anterior do MapBiomas mostrava que a maior porção das florestas perdidas acabam virando áreas de pastagem ou de cultivo.
De acordo com os dados mais recentes do projeto, 59% do Brasil é composto de florestas —em 1985 o valor era de 69%— e 31% é área de agropecuária —o valor em 1985 era de 20%.
De acordo com Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas, a análise dos dados aponta para uma interrupção no crescimento das áreas de pastagem, estabilização delas e até leve declínio. Enquanto isso, terras destinadas à agricultura cresceram nos últimos, o que mostra a transição das áreas de pastagem para a atividade agrícola.
As informações disponibilizadas pelo MapBiomas são originárias de imagens de satélite posteriormente analisadas com a expertise de diferentes laboratórios no país. Cada segmento das imagens (pixel) é classificado num processo que inclui aprendizado de máquina e processamento em nuvem.
A ferramenta MapBiomas é uma iniciativa do Observatório do Clima e monitora todos os biomas do país: Amazônia, cerrado, pantanal, caatinga, mata atlântica e pampa. E as informações podem ser obtidas em nível nacional, estadual ou municipal.
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