Vazamento no Nordeste é maior agressão ambiental no Brasil, diz chefe da Petrobras

Mais de 260 locais já foram atingidos em 94 cidades

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Rio de Janeiro

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou nesta terça (29) que o vazamento que atinge as praias da região Nordeste é "a maior agressão ambiental sofrida pelo país". Ele comparou o impacto ambiental ao acidente em um poço da britânica BP, no Golfo do México, um dos maiores acidentes recentes da indústria do petróleo mundial.

"Eu gostaria de me referir inicialmente, antes de iniciar minha palestra, à maior agressão ambiental sofrida por nosso país, eu creio que em nossa história, que aparece sob a forma de manchas de óleo que têm atingido o meio ambiente em todo o Nordeste", disse o presidente da Petrobras, em evento sobre o mercado de energia na FGV do Rio. 

Castello Branco defendeu a atuação da Petrobras no combate à poluição e criticou o que chamou de uso político da tragédia, rebatendo críticas com relação à velocidade e estrutura da resposta à emergência. "Esse assunto tem sido muito politizado, ideologizado, com às vezes versões falsas, que poderia ter sido feito isso ou aquilo", afirmou. 

"Na realidade, é impossível combater isso na origem. As empresas de petróleo, a Petrobras, estão preparadas para combater vazamento de petróleo uma vez identificada as fonte do vazamento", completou. Até agora, não se sabe o que causou o derramamento que já atingiu 268 localidades em 94 municípios, segundo balanço divulgado na segunda (28). 

Segundo o presidente da Petrobras, a empresa vem fornecendo equipamentos de proteção e já destacou dois navios e drones para ajudar nos trabalhos de limpeza. "Enfim, tem trabalhado sob a coordenação do Ibama [Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis] de forma incessante para mitigar os efeitos dessa agressão ambiental."

Durante a palestra, ao falar do foco em segurança ambiental da estatal, citou o prejuízo que a BP teve após a explosão da plataforma Deepwater Horizon, em 2010 - tipo de desastre "que pode colocar em risco até mesmo a sobrevivência de uma companhia". 

"Provavelmente o volume de petróleo que já foi retirado das praias no Nordeste é semelhante ao que foi vazado da sonda Deepwater Horizon, um acidente que custou à BP o equivalente a US$ 67 bilhões [cerca de R$ 270 bilhões, ao câmbio atual]."

No caso do no Golfo Mexicano, porém, a estimativa é que o petróleo vazado somaria mais de 600 mil toneladas.

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