A ANA (Agência Nacional de Águas) aprovou nesta sexta (11) a possibilidade de ampliar a vazão do rio São Francisco caso o óleo que atinge praias da região Nordeste ameacem a foz do rio. A medida depende de avaliação do Ibama (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) sobre os riscos de contaminação.
A vazão do São Francisco vem sendo controlada pela ANA desde 2013 , com o objetivo de preservar água nos reservatórios das hidrelétricas ao longo do rio. Em abril, diante da melhoria da situação dos reservatórios, as restrições foram revistas.
O aumento da vazão pode impedir que as manchas de óleo subam pela foz do rio. Nesta quinta (10), o óleo de origem misteriosa que atinge o Nordeste começou a entrar em manguezais e rios importantes da região como o próprio São Francisco, o Itapicuru e o Vaza-barris e até mesmo o São Francisco, atingindo estuários que são berçário de diversas espécies de plantas e animais.
Na reunião desta sexta, foi autorizada a elevação da vazão da hidrelétrica de Xingó, a última do rio, dos atuais 800 para 1.300 metros cúbicos por segundo.
Há um ano, Sobradinho acumulava 24% de sua capacidade de armazenamento de água. Em abril, quando as restrições foram revistas, estava em 57% —é normal que os níveis caiam durante os meses de seca. Foi o melhor nível desde o segundo semestre de 2012, quando se iniciava a seca prolongada na região.
Naquela ocasião, a ANA autorizou a elevação da vazão da hidrelétrica de 550 para 800 metros cúbicos por segundo, reduzindo impactos da seca nas comunidades rio abaixo. A agência mudou ainda o status da sala de crise do São Francisco, que passou a atuar como uma sala de acompanhamento, com reuniões menos frequentes.
O acompanhamento da situação é coordenado pela ANA e tem participação dos ministérios do Desenvolvimento Regional, Meio Ambiente e Minas e Energia, da Casa Civil, do Ibama, do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), de comitês hidrográficos e governos estaduais.
Veja aqui os locais afetados. Viu manchas de óleo no litoral do Nordeste? Mande seu relato para a Folha.
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