Vazão do São Francisco pode ser aumentada para proteger foz contra óleo

Medida foi aprovada pela ANA nesta sexta (11) e depende de avaliação do Ibama

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Rio de Janeiro

A ANA (Agência Nacional de Águas) aprovou nesta sexta (11) a possibilidade de ampliar a vazão do rio São Francisco caso o óleo que atinge praias da região Nordeste ameacem a foz do rio. A medida depende de avaliação do Ibama (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) sobre os riscos de contaminação.

A vazão do São Francisco vem sendo controlada pela ANA desde 2013 , com o objetivo de preservar água nos reservatórios das hidrelétricas ao longo do rio. Em abril, diante da melhoria da situação dos reservatórios, as restrições foram revistas. 

O aumento da vazão pode impedir que as manchas de óleo subam pela foz do rio. Nesta quinta (10), o óleo de origem misteriosa que atinge o Nordeste começou a entrar em manguezais e rios importantes da região como o próprio São Francisco, o Itapicuru e o Vaza-barris e até mesmo o São Francisco, atingindo estuários que são berçário de diversas espécies de plantas e animais.

Na reunião desta sexta, foi autorizada a elevação da vazão da hidrelétrica de Xingó, a última do rio, dos atuais 800 para 1.300 metros cúbicos por segundo.

 
Se a medida for adotada, as águas que passam por Xingó levarão cerca de 50 horas até atingir a foz, distante 179 quilômetros da hidrelétrica. Para isso, será necessária a elevação da vazão também na hidrelétrica de Sobradinho, que fica antes de Xingó.
 
O controle de vazões tem por objetivo poupar água em Sobradinho. Em nota, a ANA disse que a liberação de mais água está limitada à perda de um ponto percentual no nível do reservatório da hidrelétrica, que está hoje em 34,47%. Assim, diz a agência, a medida não compromete a segurança hídrica da região.

Há um ano, Sobradinho acumulava 24% de sua capacidade de armazenamento de água. Em abril, quando as restrições foram revistas, estava em 57% —é normal que os níveis caiam durante os meses de seca. Foi o melhor nível desde o segundo semestre de 2012, quando se iniciava a seca prolongada na região.

Naquela ocasião, a ANA autorizou a elevação da vazão da hidrelétrica de 550 para 800 metros cúbicos por segundo, reduzindo impactos da seca nas comunidades rio abaixo. A agência mudou ainda o status da sala de crise do São Francisco, que passou a atuar como uma sala de acompanhamento, com reuniões menos frequentes.

O acompanhamento da situação é coordenado pela ANA e tem participação dos ministérios do Desenvolvimento Regional, Meio Ambiente e Minas e Energia, da Casa Civil, do Ibama, do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), de comitês hidrográficos e governos estaduais.

Veja aqui os locais afetados. Viu manchas de óleo no litoral do Nordeste? Mande seu relato para a Folha.

Erramos: o texto foi alterado

Uma versão anterior do texto afirmava que a ANA (Agência Nacional de Águas) autorizou a elevação da vazão da hidrelétrica de Sobradinho para 800 metros cúbicos por dia. O correto é metros cúbicos por segundo. O texto já foi corrigido.

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