Polícia devolve documentos de ONG do Pará, mas computadores ficam apreendidos

Apreensão ocorreu junto à prisão de brigadistas; não há acusações contra a entidade

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São Paulo

A Polícia Civil do Pará começou, nesta quinta (27), a devolver os documentos que foram apreendidos na ONG Projeto Saúde e Alegria há mais de 30 dias. A entidade afirma, porém, que seu trabalho continua prejudicado porque os computadores levados ainda não foram devolvidos.

Os equipamentos foram levados da ONG —uma das mais reconhecidas da região, ganhadora de prêmios por sua atuação na Amazônia, inclusive o recente Prêmio Melhores ONGs do Brasil, e integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais— no mesmo dia em que quatro brigadistas de Alter do Chão, em Santarém, no Pará, foram presos sob acusação de terem participado de incêndios na região.

Barco atracado
Barco-hospital Abaré, da ONG Saúde e Alegria (PSA), na comunidade próxima ao rio Tapajós, no Pará, um posto de saúde flutuante, com a ajuda desse barco, oferece atendimento médico e odontológico para a população ribeirinha da região amazônica e do Mato Grosso do Sul - Marcelo Leite/Folhapress

Como a Folha mostrou, o inquérito que levou às prisões de Daniel Gutierrez Govino, João Victor Pereira Romano, Gustavo de Almeida Fernandes e Marcelo Aron Cwerner não apresentava provas de crime por parte dos brigadistas. 

Após manifestação do Ministério Público Federal (MPF) e do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), o juiz Alexandre Rizzi, titular da vara criminal de Santarém, soltou os brigadistas. Um dia antes o mesmo juiz havia negado a liberdade deles durante a audiência de custódia.

Em 20 de dezembro, a Polícia Civil do Pará indiciou os quatro brigadistas e outra pessoa pelo fogo em Alter do Chão.

No inquérito do caso, como também mostrou a Folha, não há nenhuma acusação formal contra a ONG Saúde e Alegria que justificasse a apreensão.

"Embora impedida de executar algumas atividades programadas em meio à situação caótica em que fomos colocados, nossa heroica equipe conseguiu manter os principais compromissos e benefícios diretos às comunidades neste final de ano, com destaque para a Jornada Cirúrgica de 2019, capacitações diversas, obras para implantação de infraestrutura de saneamento básico e de abastecimento de água encanada, entre outros benefícios", diz, em nota, a ONG.

A entidade, que diz já ter passado por auditorias de órgãos públicos, anunciou que adiantará sua auditoria anual independente e que contratará um segundo serviço externo para analisar detalhadamente o material que foi apreendido pela polícia.

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