Descrição de chapéu The New York Times

2019 foi o segundo ano mais quente já registrado

Dados são do sistema Copernicus, da União Europeia; recordista ainda é 2016, por pouco

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Henry Fountain Nadja Popovich
Nova York | The New York Times

As evidências sem empilharam ao longo do ano. Recordes de temperatura foram quebrados na França, Alemanha e em outros lugares; a camada de gelo da Groenlândia teve um derretimento excepcional; e, com o fim de 2019, as temperaturas crescentes contribuíram para os incêndios devastadores que ainda permanecem na Austrália.

Agora, cientistas europeus confirmaram o que se suspeitava: 2019 foi um ano muito quente, com temperaturas médias globais elevadas. Somente 2016 foi mais quente, e não muito —menos de um décimo de grau.

A descoberta, do Copernicus Climate Change Service, uma agência intergovernamental apoiada pela União Europeia, mostra uma tendência ascendente incessante nas temperaturas à medida que as emissões de gases do efeito estufa retêm o calor na atmosfera e mudam o clima.

A Nasa e a Noaa, agências americanas para o espaço e atmosfera e oceanos, respectivamente, também chegaram à mesma conclusão, conforme anúncio feito no dia 15 de janeiro. 

“Os últimos cinco anos foram os cinco mais quentes já registrados; a última década foi a mais quente já registrada ”, afirmou Jean-Noël Thépaut, diretor de serviços da Copernicus, em comunicado. "Estes são indiscutivelmente sinais alarmantes."

O ano passado foi cerca de 0,6°C acima da média no período entre 1981 e 2010, informou a agência. Vários meses em 2019 tiveram temperaturas médias recordes, com julho sendo o mês mais quente de todos os tempos, com média de 0,04°C a mais do que em julho de 2016.

O recordista de um ano inteiro ainda é 2016. As temperaturas naquele ano foram influenciadas por um forte El Niño, quando mudanças na temperatura do mar, pressão atmosférica e ventos no Pacífico equatorial levaram a variações de temperatura a curto prazo. Também houve um El Niño no ano passado, mas foi mais fraco do que em 2016.

 

A maioria das regiões em 2019 apresentou aquecimento acima da média, com algumas —incluindo o Ártico, Europa, sul da África e Austrália— excepcionalmente mais quentes.

No geral, a Europa teve o ano mais quente de todos os tempos, com todas as estações mais quentes que a média. O verão era incrivelmente quente, com ondas de calor em junho e novamente em julho. Registros de temperatura de um dia foram estabelecidos em Paris e outras cidades, e os reatores nucleares na França e na Alemanha foram forçados a reduzir a produção ou desligar porque a água usada para resfriamento ficou muito quente.

 

As regiões central e sudeste do Canadá estavam entre as poucas áreas que tinham temperaturas abaixo da média.

O Ártico, que está esquentando mais rapidamente do que outras partes do mundo, experimentou condições extraordinárias no ano passado. Grandes extensões de águas, incluindo os mares de Chukchi, Barents e Kara, permaneceram sem gelo por muito mais tempo do que o habitual. E no final de julho o calor da Europa chegou ao norte, na Groenlândia, levando a um derretimento mais alto do que o normal da camada de gelo, que perdeu um total líquido de cerca de 300 bilhões de toneladas, acima da média de cerca de 240 bilhões de toneladas por ano nos últimos anos.

A análise de Copernicus depende muito da modelagem computacional. Análises de outras agências, incluindo a NASA e a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, serão divulgadas ainda este mês e deverão ter resultados semelhantes.

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