'Tem críticas desproporcionais à Amazônia e ao Pantanal', diz Bolsonaro

Nesta quarta, Senado instalou comissão temporária para acompanhar ações contra o fogo no Pantanal

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Brasília

Em meio ao aumento das queimadas na Amazônia e no Pantanal, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (16) que as críticas ao governo brasileiro quanto aos incêndios ambientais são "desproporcionais".

Na entrada do Palácio da Alvorada, onde conversou com eleitores, o presidente disse que também têm ocorrido queimadas nos Estados Unidos e na África e acusou sem provas ONGs (organizações não governamentais) de usarem laranjas para impedir a regularização fundiária no país.

"Tem críticas desproporcionais à Amazônia e ao Pantanal, né. Califórnia está ardendo em fogo. A África tem mais fogo que no Brasil. Nós tentamos com a regularização fundiária resolver essa questão. Tem muita terra que ONG botou laranja aqui, então o lobby é enorme para você não fazer a regularização também", ressaltou.

O tom de sua fala foi semelhante ao do que ele deve apresentar no discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

Na terça-feira (15), dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostraram que, nos primeiros 14 dias de setembro, já houve mais queimadas na Amazônia do que em todo o mês de setembro de 2019.

No Pantanal, sem perspectiva de trégua, o incêndio deste ano já consumiu ao menos 2,3 milhões de hectares ou 16% de sua área. É a maior destruição desde o início da série histórica iniciada em 1999.​

O presidente reconheceu que, no Pantanal, os incêndios são causados pela ação humana. Ele ponderou, no entanto, que parcela das queimadas ocorre por "geração espontânea".

"Agora, pega fogo. O índio toca fogo, o caboclo [também]. Tem a geração espontânea. No Pantanal, são 43 graus a temperatura média. No ano passado, quase não pegou fogo. Sobrou uma massa enorme de vegetais mortos para isso que está acontecendo agora", disse.

Nesta quarta-feira (16), o Senado instalou a uma comissão temporária externa para acompanhar as ações que estão sendo feitas contra o fogo no Pantanal.

A comissão será presidida pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT). A relatoria será de Nelsinho Trad (PSD-MS). Simone Tebet (MDB-MS) e Soraya Thronicke (PSL-MS) fecham a composição do colegiado.

Segundo os senadores, além de auxiliar nas ações de combate ao fogo, uma das questões a serem trabalhadas é a da busca de soluções para recompor o PIB (Produto Interno Bruto) da região, fortemente prejudicado.

"Essa comissão precisa ser rápida, proativa e emergencial, porque o Pantanal está em chamas", disse Tebet.​

O governo federal liberou R$ 10,1 milhões para o estado de Mato Grosso para combater as queimadas no Pantanal. A autorização para o emprego e a transferência dos recursos, para as ações de Defesa Civil estadual, foram publicados em edição extra do DOU (Diário Oficial da União) na noite desta quarta-feira (16).

O ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) esteve nesta quarta em Cuiabá acompanhando as ações implementadas pelo governo local para combater o problema.

A liberação dos recursos ocorre um dia após o repasse de R$ 3,8 milhões para o Mato Grosso do Sul, que também sofre com os incêndios na região do Pantanal.​

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