La Niña retorna com tempestades, secas e mau tempo, alerta ONU

Fenômeno terá intensidade moderada a forte e poderá causar chuvas intensas em ilhas do Pacífico e na parte norte da América do Sul

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Agnès Pedrero Nina Larson
Genebra | AFP

O retorno do fenômeno climático La Niña, com suas consequências de tempestades, secas e mau tempo, está em andamento e deve durar até o próximo ano, anunciou, nesta quinta-feira (29), a OMM (Organização Meteorológica Mundial).

De acordo com a agência da ONU, esse episódio será "de intensidade moderada a forte". A última vez que um episódio grave foi registrado foi em 2010/2011, seguido por um episódio moderado em 2011/2012.

O episódio intenso causou chuvas torrenciais na Austrália, América do Sul e Sul da Ásia. Em 2008-2009, outro episódio de La Niña foi responsável por temperaturas congelantes que causaram dezenas de vítimas em toda a Europa.

Homem mexe em varal com roupa estendida no meio de uma área alagada
Enchente em Sydney, na Austrália, em 2012, causado pelo fenômeno La Niña - Torsten Blackwood/AFP

La Niña é um fenômeno que produz um resfriamento em grande escala da temperatura da superfície do oceano nas partes central e oriental do Pacífico equatorial, além de outras mudanças na circulação atmosférica tropical.

Embora La Niña geralmente tenha o efeito de resfriar a temperatura em escala global, o fenômeno não diminui o aquecimento global.

“La Niña normalmente tem um efeito de resfriamento nas temperaturas globais, mas esse resfriamento é mais do que compensado pelo calor retido na atmosfera pelos gases do efeito estufa. Portanto, 2020 ainda está a caminho de ser um dos anos mais quentes dos quais se tem registro e está previsto que o período 2016-2020 seja o mais quente desde que os registros começaram”, afirmouo secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

Assim, “os anos em que ocorrem os episódios de La Niña são ainda mais quentes do que nos anos anteriores, com episódios intensos de El Niño”, acrescenta.

De acordo com a OMM, várias regiões devem experimentar chuvas anormais associadas ao fenômeno.

O Chifre da África, a Ásia Central e o Sudeste Asiático terão chuvas abaixo do normal. Por outro lado, elas serão mais intensas do que o normal em algumas ilhas do Pacífico e na parte norte da América do Sul.

O evento La Niña deste ano coincide com a estação chuvosa e de plantio em grande parte da África Oriental.

Maxx Dilley, vice-diretor da entidade, destacou que o La Niña também pode contribuir para uma temporada de furacões particularmente ativa.

Na América do Norte, o fenômeno normalmente causa chuvas acima da média na parte norte do continente, junto com chuvas abaixo da média no sul, segundo a OMM.

Na América do Sul, La Niña pode trazer chuvas acima do normal em grandes partes do norte do continente, enquanto mais ao sul, abaixo do normal, podendo ocorrer precipitação nas costas leste e oeste.

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