Descrição de chapéu desmatamento

Governo Doria cria força-tarefa para coibir venda ilegal de madeira em SP

Fiscalização será intensificada para barrar circulação e o comércio de toras não certificadas no estado

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Gonçalves (MG)

O governador João Doria (PSDB) anunciou, na tarde desta quarta-feira (11), a criação de uma força-tarefa para coibir a venda ilegal de madeira no estado de São Paulo.

Segundo Doria, a fiscalização será intensificada para barrar o transporte, a compra e a venda de madeira não certificada –sobretudo, a de origem Amazônica. De acordo com estimativas do governo paulista, 40% da madeira ilegal extraída no país é levada a São Paulo para ser revendida.

A ação vai contar com o apoio do Procon, da Polícia Ambiental e da secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, órgãos que farão autuações na esfera criminal, regulatória e também em defesa ao consumidor.

A medida, em nível estadual, soma-se aos enfrentamentos contra o desmatamento que vem avançando em velocidade recorde pela maior floresta tropical do planeta.

O Brasil teve o segundo pior ano de desmatamento na Amazônia na série histórica recente. Com relativamente pouca diferença, somente o período de 2019-2020 foi mais destrutivo para o bioma.

Os dados do Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), apontam que, de agosto de 2020 a julho de 2021, foram derrubados cerca de 8.712 km² de floresta, queda de aproximadamente 5% em relação aos 9.216 km² do período anterior. O histórico recente do Deter tem início em 2015.

O Deter é um sistema usado para auxiliar as políticas de controle de desmatamento, mas seus dados também podem ser utilizados para observar as tendências de crescimento ou redução do desmate durante o ano.

O sistema Prodes é o que aponta, anualmente —sempre considerando o período de agosto de um ano até julho do ano seguinte, o que reflete as dinâmicas de destruição e temporadas secas e de chuvas da floresta—, as taxas de desmate na Amazônia.

O período 2020-2021 do Deter teve meses com desmatamento elevadíssimo, com quatro deles superando desmates de 1.000 km² e outros dois não muito distantes da marca.

Enquanto o desmate se mantinha em níveis elevados, provocando olhares internacionais de preocupação dirigidos ao Brasil, as ações na área ambiental do governo Bolsonaro praticamente não mudaram do ano passado para cá.

Mais uma vez, o governo apostou na Operação Verde Brasil e entregou o combate ao desmatamento às Forças Armadas, medida criticada por especialistas pelos seus elevados custos —em relação às verbas destinadas ao Ibama, entidade do Ministério do Meio Ambiente especializada em combate a crimes ambientais— e reduzida efetividade, considerando as altas taxas de destruição mensal vistas durante a administração Bolsonaro.

Mesmo sem mostrar resultados expressivos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prorrogou até 31 de agosto a chamada GLO (Garantia da Lei e da Ordem) ambiental, que possibilita a atuação militar contra desmatamento.

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