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Cooperativa ajuda mulheres a venderem babaçu para cosméticos e alimentos

Central do Cerrado, sediada em Brasília, mantém loja no Mercado de Pinheiros, em SP

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Lago do Junco (MA)

O esforço das quebradeiras de coco de babaçu do Maranhão para conquistar o mercado internacional com um produto sustentável de origem tradicional conta com assistência técnica da Central do Cerrado, uma cooperativa baseada em Brasília.

A Central do Cerrado é uma cooperativa de segundo grau, ou seja, uma associação formada por outras cooperativas e organizações sociais –24 ao todo, em nove estados. Tem sede em Brasília, filial em São Paulo e box no Mercado de Pinheiros paulistano.

A central de comercialização objetiva dar escala, garantir padronização e aumentar o valor agregado dos produtos, coordenando produtores espalhados pelo segundo maior bioma brasileiro (2 milhões de km2). Pagos impostos, fretes etc., cerca de 65% do faturamento com os produtos retorna para as cooperativas associadas.

Funcionários trabalham na fábrica de óleo de babaçu da Coppalj ( Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Lago do Junco ), em Lago do Junco (MA) - Lalo de Almeida/Folhapress

Um de seus desafios, conta o coordenador Mayk Arruda, foi organizar a cadeia do baru para satisfazer a demanda de uma importadora dos Estados Unidos que precisava encher um contêiner de 40 pés (12 m X 2,4 m X 2,6 m). Em Brasília, a Central instalou gôndolas com 40 produtos do cerrado em nove lojas do Carrefour.

No momento a Central, a Coppalj e a Assema apoiam a criação do Consórcio Babaçu Livre, com o objetivo de "promover o uso sustentável das florestas de babaçu, através da ampliação da oferta de óleo de coco babaçu com origem socioambiental identificável, mensurável e que promova a conservação da biodiversidade e uma justa e equitativa distribuição de ganhos econômicos".

O projeto contou em 2021 com financiamento de US$ 98 mil (R$ 544 mil) da WWF Brasil e do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF, na sigla em inglês), formado pela Agência Francesa de Desenvolvimento, pela ONG Conservação Internacional, pela União Europeia, pelo Fundo Ambiental Global (GEF), pelo Governo do Japão e pelo Banco Mundial.

A Central vê uma oportunidade de mercado para o babaçu, tendo em vista a demanda dos setores de cosméticos e alimentos por um óleo vegetal alternativo ao de palmiste (dendê), alvo de denúncias socioambientais em países como Malásia e Indonésia.

Além disso, do mesocarpo do babaçu se extrai uma farinha sem glúten que começa a ser empregada em panificação –por exemplo, numa receita de brownie de Bela Gil e numa linha de mistura para bolos da marca Mãe Terra assinada por ela. A mesma farinha já vem sendo usada pela indústria como talco vegetal, substituto do recurso mineral não renovável.

O projeto do Consórcio Babaçu Livre teve de ser redimensionado depois que se evaporaram R$ 15 milhões que haviam sido aprovados num edital de 2017 do Fundo Amazônia. O contrato estava para ser assinado, mas atrasou por um detalhe burocrático, e aí sobreveio o governo Jair Bolsonaro e o boicote do fundo pelo então ministro Ricardo Salles.

"Aí já não ouvimos mais falar", lamenta Mayk Arruda.

Os jornalistas Lalo de Almeida e Marcelo Leite viajaram a convite do IEB (Instituto Internacional de Educação do Brasil ) e do CEPF ( Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos).

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