Descrição de chapéu Rio de Janeiro desmatamento

Onça-parda é vista no litoral do Rio após mais de cem anos

Felino já havia sido identificado na capital e agora aparece em refúgio de Maricá

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Rio de Janeiro

Uma onça-parda (Puma concolor), também conhecida como suçuarana, foi flagrada por armadilhas fotográficas instaladas no Refúgio de Vida Silvestre Municipal das Serras de Maricá, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro, a cerca de 60 quilômetros da capital.

Segundo a prefeitura da cidade, a espécie era considerada extinta em regiões litorâneas há mais de um século. Em outubro de 2021, uma onça-parda havia sido identificada na capital fluminense após mais de 80 anos de sumiço.

Imagem de armadilha fotográfica noturna registrou a onça-parda (Puma concolor) em uma área de mata preservada de Maricá, no litoral do RJ
Imagem de armadilha fotográfica noturna registrou a onça-parda (Puma concolor) em uma área de mata preservada de Maricá, no litoral do RJ - Divulgação/Prefeitura de Maricá

"A presença destes predadores de topo de cadeia em nossas áreas protegidas é um bioindicador da qualidade das nossas florestas", disse, em nota, o secretário de Cidade Sustentável de Maricá, Helter Ferreira.

A onça-parda é o segundo maior felino do Brasil, menor apenas do que a onça-pintada. Segundo a prefeitura de Maricá, os registros da aparição do animal foram flagrados em setembro, novembro e dezembro de 2021.

Além da onça-parda, as armadilhas fotográficas do refúgio flagraram, em fevereiro de 2021, o gato-maracajá (Leopardus wiedii), que também era considerado extinto na região costeira, seu habitat natural. A espécie é um pouco maior que um gato doméstico, com manchas pretas pelo corpo.

Imagem de armadilha fotográfica noturna registrou o gato-maracajá (Leopardus wiedii) em uma área de mata preservada de Maricá, no litoral do RJ
Imagem de armadilha fotográfica noturna registrou o gato-maracajá (Leopardus wiedii) em uma área de mata preservada de Maricá, no litoral do RJ - Divulgação/Prefeitura de Maricá

Líder da pesquisa que identificou a reaparição da onça-parda no Rio, o professor do programa de pós-graduação em ensino, ambiente e sociedade da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) Jorge Pontes disse à Folha na época que dois fatores podem ter contribuído para sua volta.

Primeiro, a melhora das condições ambientais das matas do Rio, com o replantio de áreas antes consideradas degradadas. Em segundo lugar, uma maior pressão urbana sobre áreas onde os animais vivem atualmente, o que podem tê-los levados a procurar outras regiões.

Essa espécie é vista com maior frequência em regiões urbanas de São Paulo. Em outubro de 2021, bombeiros e uma equipe de veterinários foram acionados para retirar uma onça-parda do banheiro de uma casa em São Pedro, no interior do estado.

O Zoológico Municipal de Piracicaba disse que foi preciso aplicar um dardo anestésico para resgatar a onça com segurança. O animal foi solto em seu habitat, em uma mata da região.

O desaparecimento da espécie de regiões que tinha como habitat no passado fez com que o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) classificasse o animal como vulnerável.

Entre 2012 e 2017, a entidade estabeleceu o Plano de Ação Nacional para a Conservação da Onça-parda para proteger o animal.

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