Temperatura está subindo mais rapidamente na Europa do que em outros lugares, indica estudo

Região se converteu nas últimas quarto décadas no que cientistas descrevem como ponto de ondas de calor

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Henry Fountain
The New York Times

Os europeus ocidentais tiveram mais que sua devida parcela de ondas de calor nos últimos anos, com períodos frequentes de calor sufocante e condições potencialmente letais em quase todos os verões. Neste ano, partes da região sofreram calor intenso antes mesmo do início do verão.

Um novo estudo confirma que nas últimas quatro décadas a Europa Ocidental se converteu no que cientistas descrevem como um ponto de ondas de calor, com eventos de frequência crescente e intensidade cumulativa (definidos como temperatura acima de um limiar determinado).

Homem toma sol próximo ao canal Saint-Martin, em Paris; cidade francesa tem registrado temperatura de 40ºC nos últimos meses - Christophe Archambault - 17.mai.22/AFP

Além disso, o estudo descobriu que as mudanças na frequência e intensidade das ondas de calor estão ocorrendo em ritmo mais acelerado na Europa que em muitas outras partes do mundo —incluindo outro ponto quente, o oeste dos Estados Unidos.

O aquecimento global está ajudando a agravar as ondas de calor em todo o mundo, pelo motivo básico de que elas partem de uma temperatura de referência que está mais alta que nunca. Desde o final do século 19, quando começaram as emissões generalizadas de dióxido de carbono, que retém o calor, as temperaturas médias globais subiram cerca de 1,1 grau Celsius.

Mas o estudo, publicado na semana passada pela Nature Communications, constatou que há outro mecanismo, este envolvendo circulação atmosférica, que vem contribuindo para a aceleração da tendência de ondas de calor na Europa ocidental.

Especificamente, os pesquisadores encontraram uma ligação entre ondas de calor e o estado da corrente do jato, uma corrente de ventos rápidos de oeste a leste na atmosfera superior em latitudes médias. Às vezes a corrente do jato se divide em duas. Ondas de calor podem desenvolver-se em áreas de ventos fracos e pressão aérea elevada, conhecidas como áreas de bloqueio alto, entre os flancos norte e sul da corrente do jato.

Os pesquisadores descobriram que essas instâncias de corrente do jato dividida vêm aumentando de frequência e duração e que essas alterações explicam as mudanças nas ondas de calor.

​Efi Rousi, cientista sênior do Instituto Potsdam de Pesquisas Climáticas, na Alemanha, e autora principal do estudo, disse que não está claro o que está levando a corrente do jato a se dividir. As áreas de bloqueio alto podem desenvolver-se sozinhas e levar a corrente do jato a se dividir, ela disse, "ou pode ser o contrário —pode ser que a corrente do jato se divide por outras razões e isso permite a formação do bloqueio".

"Não sabemos exatamente qual é o gatilho."

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