A ativista climática mais influente do mundo confrontou o homem encarregado de regular a energia global em Davos, nesta quinta-feira, exigindo o fim dos investimentos em combustíveis fósseis.
Greta Thunberg pediu que o diretor-executivo da AIE (Ag ência Internacional de Energia), Fatih Birol, impeça que a indústria global de energia e os financiadores que a apoiam fomentem os investimentos em carbono.
"Enquanto eles conseguirem se safar, continuarão investindo em combustíveis fósseis, continuarão jogando as pessoas debaixo do ônibus", alertou Thunberg.
Durante uma mesa redonda com Birol à margem do encontro anual do Fórum Econômico Mundial, ativistas disseram que apresentaram uma carta de "cessar e desistir" aos CEOs pedindo-lhes que parem de abrir novos locais de extração de petróleo, gás e carvão.
A indústria de petróleo e gás, acusada por ativistas de sequestrar o debate sobre as mudanças climáticas no resort de esqui suíço, disse que precisa fazer parte da transição energética, pois os combustíveis fósseis continuarão a desempenhar um papel importante na estrutura de energia à medida que o mundo caminha para uma economia de baixo carbono.
Thunberg juntou-se às ativistas Helena Gualinga, do Equador, Vanessa Nakate, de Uganda, e Luisa Neubauer, da Alemanha, para discutir a abordagem dos grandes problemas com Birol.
Birol agradeceu às ativistas por encontrá-lo, mas insistiu que a transição deve incluir uma mistura de partes interessadas, especialmente em face da crise global de segurança energética causada pela Guerra da Ucrânia.
Mas ele admitiu que a transição não está acontecendo rápido o suficiente e alertou que os países emergentes e em desenvolvimento correm o risco de ficar para trás se as economias avançadas não apoiarem a transição.
Na terça-feira (17), Greta foi detida na Alemanha enquanto realizava protestos próximos a Lützerath, vila no oeste do país, para chamar a atenção para a crise climática. Segundo a polícia, ela foi liberada pouco depois de ter sua identidade confirmada.
A sueca protestava contra a expansão de uma mina de carvão na região, que já registrou outros confrontos entre agentes e ativistas. Um outro ato com a presença dela, no último fim de semana, reuniu cerca de 35 mil pessoas e terminou com briga entre manifestantes e policiais.
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