Descrição de chapéu Planeta em Transe desmatamento

Incêndios florestais crescem 14% em 2022, aponta relatório

Dados do Mapbiomas mostram que uma área do tamanho do Acre foi queimada no ano passado no Brasil

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São Paulo

Em 2022, o Brasil perdeu para o fogo mais de 163 mil km² de florestas, o equivalente ao estado do Acre (152.581 km²). A área representa um aumento de 14% em relação aos 142,8 mil km² registrados no ano anterior.

Os dados são do Monitor do Fogo, da plataforma Mapbiomas em parceria com o Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), e foram divulgados na sexta-feira (27).

Grandes nuvens de fumaça cinza escura sobem de área de floresta desmatada
Incêndios florestais se concentraram na Amazônia e no cerrado em 2022. Na imagem, queimada em área desmatada no município de Humaitá, no sul do Amazonas - Lalo de Almeida - 20.ago.2020/Folhapress

A ferramenta faz o mapeamento mensal de cicatrizes de fogo em todo o país, usando mosaicos de imagens de satélite com resolução espacial de 10 metros e temporal de 5 dias.

A maioria das queimadas foi registrada na Amazônia e no cerrado (juntos, os dois biomas têm 95% da área destruída). Os incêndios se concentraram em regiões campestres e de savana (43%), formações que são encontradas no cerrado, enquanto 25,4% da área atingida era de pastagens.

"Com o Monitor do Fogo podemos constatar que as florestas do Brasil, principalmente as da Amazônia, estão sendo altamente impactadas por incêndios. Em condições naturais isso não deveria estar acontecendo, o que indica um claro impacto da ação humana no aumento do fogo e da degradação dessas florestas", diz Ane Alencar, diretora de Ciência no Ipam e coordenadora do MapBiomas Fogo, em nota à imprensa.

Considerando apenas dezembro, a alta nos incêndios foi de 93%, na comparação com o mesmo mês de 2021: foram 3.327 km² de área queimada no ano passado, comparado a 1.748 km² em 2021.

A Amazônia concentrou quase dois terços (70%) das queimadas no mês. A presença do fogo no bioma está diretamente relacionada ao desmatamento, já que ele é usado para remover a vegetação e limpar áreas que serão usadas para agricultura e pecuária.

Mas dezembro não foi o único mês com impacto do fogo na Amazônia. Em agosto, a floresta teve um recorde histórico em queimadas, atingindo o maior índice desde 2010.

Além disso, outro momento marcante veio logo depois da derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições. Estados amazônicos governados por bolsonaristas e onde o ex-presidente teve ampla votação registraram uma explosão no número de incêndios. Entre os dias 1º e 16 de novembro, Amazonas, Acre e Rondônia, região conhecida como Amacro, tiveram um aumento de mais de 1.200% nos focos de calor.

O projeto Planeta em Transe é apoiado pela Open Society Foundations.

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