A floresta amazônica vive pelo segundo ano consecutivo uma seca extrema. Diversos rios da região nem se recuperaram das baixas recorde de 2023 e já enfrentam novas vazantes com potencial de isolar regiões e colocar em risco comunidades.
Para mostrar os efeitos da seca, combinados à destruição da floresta por meio de atividades ilegais, a Folha estreia nesta quarta-feira (4) a série Mudanças Climáticas na Amazônia.
O projeto é apoiado pela Rainforest Foundation Norway. As reportagens, ao longo dos próximos meses, serão realizadas pelo repórter fotográfico Lalo de Almeida e pelo repórter Vinicius Sassine, correspondente da Folha na região amazônica.
Rondônia é o primeiro destino dos repórteres para esta série.
O estado é um dos que integram a Amazônia ocidental, porção que viveu uma baixa inédita dos cursos d'água em 2023. Isso se deu com os rios Negro, Solimões, Madeira e Amazonas, as principais veias aquáticas da região.
A crise climática resultou num isolamento de comunidades tradicionais, que se viram sem água potável, sem possibilidades de transporte, sem medicação básica e sem comida em muitas casas. Houve deslocamentos de famílias inteiras, que se mudaram para pontos de mais fácil acesso às margens de rios.
O cenário em 2024 pode repetir 2023. A amazônia tem uma explosão de queimadas, com ondas de fumaça invadindo cidades e comunidades. É o caso de Rondônia, um dos estados mais desmatados e degradados da Amazônia Legal, onde o fogo e a fumaça ininterrupta por semanas seguidas transformaram a vida das pessoas num martírio, com ar em níveis perigosos à saúde humana.
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