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Maré negra pode ajudar tomada de consciência, diz neto de Jacques Cousteau
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DA FRANCE PRESSE
O desastre ambiental causado pela maré negra no golfo do México pode favorecer uma tomada maior de consciência sobre os perigos relacionados à dependência do petróleo, afirma Philippe Cousteau, neto do célebre explorador francês Jacques-Yves Cousteau.
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"O que esse vazamento de petróleo nos ensina? Espero que nos lembre do verdadeiro custo de nossa dependência dos combustíveis fósseis ", explicou o ecologista em uma entrevista à AFP.
"Espero que isso ajude a nos darmos conta de que temos que deixar os combustíveis fósseis e que existem alternativas. Espero que nos lembre que devemos repensar a forma como exploramos nossos oceanos."
O neto do célebre comandante, que lidera o grupo ambientalista Earth Echo International e é chefe da seção marítima do canal a cabo Planet Green, tenta achar aspectos positivos do pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.
"Não se pode falar de um lado bom quando as pessoas estão sofrendo tanto. É um claro sinal dos problemas e espero que possamos aprender com este desastre para fazer frente a estes problemas e investir em ciência ", afirmou.
"Gastamos milhares de vezes mais dinheiro na exploração espacial que na exploração do oceano. Ter água em Marte não é decisivo para nosso planeta e sim conseguir que nossos oceanos permaneçam saudáveis", enfatizou.
"Espero que as futuras gerações tenha uma verdadeira consciência e entendam que nossa forma de vida atual não é sustentável."
Sem ser científico, o herdeiro da dinastia Cousteau acredita que seu trabalho como professor é ensinar ao público a importância do meio ambiente, especialmente dos oceanos. Ele prossegue no caminho iniciado por seu avô, que vagava pelos mares a bordo do famoso barco Calypso, e que teve continuidade através de seu pai Felipe, um oceanógrafo que morreu em 1979 durante um acidente com um hidroavião.
FUNDO DO MAR POLUÍDO
Depois da explosão da plataforma subaquática Deep Horizon e o começo da maré negra, o mais jovem Cousteau mergulhou nas águas contaminadas pelo petróleo. "Botei um traje, peguei a câmara e desci. Tínhamos que mostrar o que estava acontecendo. Acho que eles (o pai e o avó) teriam feito a mesma coisa".
Suas imagens foram exibidas pelos meios de comunicação de todo o mundo, principalmente pelas emissoras CNN e ABC.
"O que me assustou foi que as pessoas ignoravam o que estava acontecendo debaixo da superfície", explicou.
Durante este mergulho, disse ter visto "nossos piores temores virando realidade". "Vi grandes nuvens de sopa tóxica, criadas pela mistura de petróleo e dispersantes", acrescentou.
Durante os mergulhos, Philippe Cousteau e sua equipe usavam trajes especiais para proteção.
Durante as várias viagens ao golfo de México, o neto de Jacques Cousteau disse ter encontrado peixes e medusas mortas. O que viu, explicou, foi um desastre para toda a natureza, algo que necessitará de anos de limpeza.
Ante o anúncio de que a BP teria conseguido, pelo menos nos últimos três dias, deter o vazamento, Cousteau neto foi enfático: "Todo mundo está cruzando os dedos. Mas o final ainda está muito longe", alertou.
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