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Reunião mundial na Tailândia antecipa cúpula da ONU em novembro
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DA EFE
Delegados de quase 200 países iniciaram no domingo em Bangcoc, na Tailândia, a primeira reunião prévia da Cúpula sobre Mudança Climática da ONU em Durban (África do Sul) para continuar avançando nas negociações sobre o pacto que pretende substituir o Protocolo de Kyoto.
Até a próxima sexta-feira, 2.271 funcionários governamentais, ativistas e especialistas em aquecimento global debaterão fórmulas para articular alianças e convergir pontos de vista, facilitando as discussões do encontro de novembro em Durban.
A reunião da Tailândia também é a primeira desde a Cúpula de Cancún (México), quando os ministros do Meio Ambiente concordaram em destinar US$ 100 bilhões para ajudar as nações mais pobres a lutar contra a mudança climática e limitar o aumento da temperatura global a dois graus centígrados.
Esses são os dois principais assuntos da pauta da reunião, assim como as consequências da tripla catástrofe --terremoto, tsunami e crise nuclear-- que atingiu o Japão há menos de um mês e vem causando diversos transtornos ao país.
A magnitude da tragédia e as incertezas sobre a situação na usina nuclear de Fukushima foram os temas mais discutidos durante o primeiro dia de trabalhos em Bangcoc, afirmou Artur Runge-Metzger, enviado da UE (União Europeia) ao evento.
"O mundo não tem por que escolher entre desastres provocados pela mudança climática e desastres provocados por uma fonte energética perigosa como a nuclear. Podemos escolher um futuro seguro, em que nossa sociedade seja alimentada por energias limpas", ressaltou a ONG internacional Greenpeace em comunicado.
Já o Fundo Mundial para a Natureza afirmou que, em Bangcoc, é preciso fortalecer o "frágil compromisso" de Cancún e "impulsionar o nível de ambição das conversas se realmente quisermos evitar os piores efeitos do aquecimento global".
PROTOCOLO DE KYOTO
O documento que substituirá o Protocolo de Kyoto, quando expirar em 2012, continua paralisado.
Canadá, Japão e Rússia não querem prorrogar o texto atual caso China e Estados Unidos, os maiores poluidores do mundo, não aceitem adotá-lo em caráter vinculante.
Já o chamado Grupo dos 77 --países em desenvolvimento-- não quer adotar o mesmo nível de compromisso que o restante para não prejudicar o crescimento de suas economias.
Quem também chamou a atenção neste domingo no plenário foi o delegado da Bolívia, único país que rejeitou o acordo de Cancún.
"As nações pobres e emergentes estão fazendo mais que as desenvolvidas para combater o aquecimento global", declarou o embaixador boliviano na ONU e chefe da delegação do país, Pablo Solón Romero.
O diplomata aproveitou a ocasião para ressaltar a postura da Bolívia, que demonstrou pretensões de levar o documento à Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia porque, para La Paz, o texto teria violado as normas das Nações Unidas.
A abertura da conferência foi marcada também por manifestantes de vários países asiáticos e africanos que protestavam, exibindo um enorme boneco do Tio Sam para criticar os Estados Unidos e outras nações industrializadas.
De caráter pacífico, o ato de protesto reivindicou ao Ocidente que reconheça sua dívida com o Terceiro Mundo e aceite transferir tecnologias aos países mais pobres para, assim, financiarem a luta contra o aquecimento global.
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