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17/08/2011 - 16h28

Desmatamento na Amazônia cai em julho, mas 2011 supera 2010

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CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA

A taxa de desmatamento na Amazônia caiu 28% em julho em comparação com junho. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Segundo o sistema Deter, que enxerga o desmatamento em tempo real com o uso de imagens de satélite, foram perdidos 225 km2 de floresta na região no mês passado, contra 312 km2 em junho. Em comparação com julho do ano passado, a queda foi de 50%.

Mesmo assim, o Deter indica que o desmatamento no ano de 2011 (medido de agosto de 2010 a julho deste ano) foi maior que o do ano passado. Em 2010 a Amazônia registrou a taxa de devastação mais baixa já medida pelo Prodes, o sistema do Inpe que dá as cifras oficiais do corte da floresta: foram 6.400 km2 desmatados estimados, uma área quatro vezes maior que a da cidade de São Paulo.

A Folha apurou, no entanto, que o dado de 2010 será revisto para cima neste ano, ficando em torno de 7.000 km2. O procedimento de revisão é normal.

De agosto de 2010 a julho de 2011, o Deter apontou 2.654 km2 desmatados na Amazônia, um crescimento de 15% em relação ao período agosto de 2009/julho de 2010 (2.295 km2). O Deter, porém, é menos preciso e não enxerga pequenos desmatamentos, que são cada vez mais frequentes na região. Por conta dessa "miopia", ele não é usado para cálculo de área desmatada, apenas para apontar tendências e auxiliar a fiscalização.

A série de dados do Deter indica que a reversão da tendência de queda do desmatamento começou em março. Em abril, quando o debate sobre o Código Florestal começou a pegar fogo no Congresso, a devastação medida pelo Deter cresceu mais de 300% em relação ao mês anterior (e 835% em relação a abril do ano passado), o que levou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a convocar uma espécie de "gabinete de crise".

Segundo o governo, expectativas do setor produtivo em relação à anistia a desmatadores prevista no projeto então em discussão na Câmara dos Deputados, somados ao mercado de commodities agrícolas aquecido e a uma lei de zoneamento complacente em Mato Grosso, foram culpados pela escalada.

O Ibama suspendeu todas as suas operações de fiscalização no restante do Brasil e deslocou mais de 500 agentes para reforçar a fiscalização na Amazônia.

Mas ações do próprio governo também estão se mostrando corresponsáveis pelo aumento no desmate.

O município mais desmatado em julho foi Porto Velho (RO), que abriga as usinas hidrelétricas do rio Madeira. O terceiro município mais desmatado foi Altamira (PA), onde será construída a megausina de Belo Monte, no rio Xingu.

 

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