Mortes: Amante das artes e das longas conversas
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"Casamento é um bom negócio para os homens, mas péssimo para as mulheres", disse Golda quando as filhas, então universitárias, decidiram se casar. "Podem casar, mas não vou admitir que larguem a universidade."
Na mesma época, ela própria enfim realizava o sonho de cursar história, na UnB.
Filha de um casal de imigrantes do leste europeu que veio para São Paulo fugindo da 1ª Guerra, Golda Pietricovsky herdou as características boêmias do pai –apesar de não beber, ele adorava contar histórias, estar cercado de amigos e ler poesia. A filha estendeu a paixão ainda para o teatro e cinema.
Mudou-se para Brasília na época da inauguração, quando o marido jornalista foi designado para trabalhar na nova capital. Lá, Golda trabalharia por 30 anos como técnica legislativa na Câmara e seria vice-presidente da Associação Cultural Israelita de Brasília (Acib).
O amor pelas artes e pela história deram a ela uma formação humanista que moldou o seu jeito de lidar com a vida. Resolvia as questões com os quatro filhos sempre com muita conversa, o que desenvolveu em todos a retórica.
Os quatro se tornariam defensores dos direitos humanos e dos animais –não raro, a casa da família ficava cheia de bichos, porque "eles ensinam a cuidar e a lidar com a perda", como ela dizia.
Morreu na quinta (12), em decorrência de um câncer intestinal. Deixa o marido Cauby, os filhos Ana Gita, Iara, Ida e Otaviano, seis netos e cinco bisnetos.
Na sexta (20), às 19h30, será realizada uma cerimônia na Acib em sua memória.
coluna.obituario@grupofolha.com.br