Grupo fecha via em protesto contra nova tarifa do transporte público de SP

Crédito: Rogerio de Santis/Futura Press/Folhapress Fogo em pneus na avenida Nove de Julho em protesto contra nova tarifa de ônibus em SP

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Um grupo de manifestantes contrários ao aumento das tarifas do transporte público de São Paulo ateou fogo em pneus e fechou parte da avenida Nove de Julho, no centro, por volta das 6h desta terça-feira (9).

A barricada foi montada num trecho pouco antes da entrada do túnel, nas imediações da avenida Paulista. O protesto seguiu pacífico, segundo a Polícia Militar.

De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o protesto bloqueou duas faixas, além do corredor de ônibus que passa pela avenida.

Segundo relato de um morador, o protesto foi iniciado quando dois homens encapuzados atearam fogo em vários pneus. Marcelo Menna Barreto, consultor da área de comunicação e relações institucionais, conta que os manifestantes puseram uma faixa na passarela em frente à Fundação Getúlio Vargas com a inscrição "R$ 4 nunca". "Ficou meio retorcida. Era negra, com letras brancas", relata.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros esteve no local e apagou o fogo. O tráfego de veículos já estava liberado no local por volta das 6h46, de acordo com a CET.

Crédito: Rogerio de Santis/Futura Press/Folhapress Grupo ateia fogo em pneus em protesto contra o aumento das tarifas de ônibus, na avenida Nove de Julho

NOVA TARIFA

Desde o último domingo (7), a tarifa dos ônibus que circulam na capital paulista subiu de R$ 3,80 para R$ 4, um reajuste de 5,3%.

O aumento na passagem também deverá ser seguido pelo metrô e pelos trens da CPTM, após conversas entre as gestões João Doria (PSDB) e Geraldo Alckmin para adotar uma elevação conjunta.

Após ser eleito, Doria prometeu congelar a tarifa de ônibus em 2017 —decisão que levou ao crescimento de subsídios ao transporte para um patamar perto de R$ 3 bilhões.

Essa quantia é repassada pelo poder público às empresas de ônibus para compensar a diferença entre os custos e a arrecadação do sistema.

A preocupação de políticos com a impopularidade de reajustes da tarifa de transporte aumentou depois de 2013, quando uma série de protestos pelo país levou governos a recuarem do aumento.

O último reajuste em São Paulo ocorreu em janeiro de 2016, na gestão Fernando Haddad (PT), que, junto com Alckmin (PSDB), subiu a tarifa de R$ 3,50 para R$ 3,80.

Em abril deste ano, já na gestão João Doria (PSDB), houve alta na integração, para quem utiliza conjuntamente metrô, trem e ônibus (de R$ 5,92 para R$ 6,80), mas não no preço unitário.

O prefeito também reajustou os bilhetes diário (de R$ 16 para R$ 20) e mensal (de R$ 230 para R$ 300) -no caso, acima da inflação.

A Justiça chegou a suspender os aumentos, apontando que pessoas que moram em locais mais distantes seriam mais prejudicadas. Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, porém, os liberou.

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