Urubus invadem escola técnica, e gestão Alckmin recorre a repelente

Crédito: Arquivo Pessoal Alunos fecham as janelas para evitar a entradas de urubus

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Os alunos da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec-SP), no Bom Retiro, principal unidade de ensino técnico do Estado, têm sofrido com a presença de urubus nas dependências da instituição.

A Fatec-SP é administrada pelo Centro Paula Souza, autarquia estadual responsável pelas escolas e faculdades técnicas públicas do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Segundo relatam os alunos, os animais carniceiros não apenas sobrevoam a Fatec, mas bicam as janelas e entram nas salas, onde assustam os presentes e fazem sujeira, em uma espécie de versão rústica do filme "Os Pássaros", de Alfred Hitchcock.

Diante do problema, a coordenação da instituição decidiu que as janelas não devem mais ser abertas por inteiro, o que nos últimos meses gerou incômodo nos estudantes devido ao calor.

A decisão foi oficializada por meio de comunicado afixado nas paredes no qual se lê: "Não abrir os vidros das janelas totalmente, risco de entrada de animais (urubus, pombos, morcegos)."

Poucas salas de aula da Fatec-SP contam com aparelhos de ar-condicionado, o que contribui para o abafamento dos ambientes. Antes da política de barrar as janelas, urubus invadiram recintos nos quais aconteciam aulas.

"É uma situação que vem se repetindo desde outubro, pelo menos. Eles bicam e arranham as janelas, entram nas salas durante as aulas, gerando o maior furdunço", diz Christopher Alves da Silva, 20, aluno do curso de instalações elétricas.

Crédito: Reinaldo Canato - 8.dez.2013/UOL Fachada da Faculdade de Tecnologia de São Paulo, no Bom Retiro, onde salas têm sido invadidas por urubus

"Eles ficam nas beiradas das janelas, voando entre os prédios. E muitas vezes eles descem e tentam pegar cachorros e gatos. Já vi um deles comendo um pombo vivo", completa.

De acordo com Christopher –cujo testemunho é corroborado por alunos que preferiram não se identificar–, as salas de aulas viram "fornos" com as janelas fechadas.

"Tenho aula em apenas uma sala que tem ar-condicionado, mas ela é tão grande que ele praticamente não serve para aliviar a temperatura."

Letícia Neves Evangelista, 20, aluna do mesmo curso, acredita que os bichos trazem prejuízos pedagógicos.

"É bem desconcertante, porque o urubu é um bicho enorme. Desconcentra. Teve uma vez que até o professor ficou meio abismado em ver um bicho daqueles tão de perto", diz.

A unidade localizada no Bom Retiro foi criada no final da década de 1960, tem mais de 5.000 alunos, 240 professores e 160 funcionários.

À Folha o Centro Paula Souza diz que tentará recorrer a repelentes para afastar as aves. A maior parte das atividades da instituição será retomada em fevereiro.

"A Assessoria de Comunicação do Centro Paula Souza informa que a direção da Fatec São Paulo está testando um repelente de aves para afastar os urubus que apareceram no entorno da unidade", afirma, em nota.

Sobre o calor nas salas, diz que prepara licitação para consertar aparelhos de ar-condicionado.

"Para garantir o conforto dos alunos, todas as salas da faculdade contam com ventiladores. Além disso, está sendo preparada licitação para contratar o serviço de manutenção de parte dos aparelhos de ar condicionado."