Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

Vendedores da Ceagesp ficam sem estoque e preço da batata dispara

Cebola e batata lideram aumento após 4 dias da paralisação dos caminhoneiros

Movimentação na Ceagesp, onde vendedores ficam sem estoque por conta da paralisação dos caminhoneiros - Adriano Vizoni/Folhapress

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Marina Estarque
São Paulo

Vendedores da Ceagesp tiveram que fechar as portas por falta de mercadoria nesta quinta-feira (24), após quatro dias da paralisação de caminhoneiros. Os que permaneceram abertos tinham pouco ou nenhum estoque, e ainda se queixavam dos preços, que dispararam desde o início da semana.

Sócia de um box, Rita Barbosa falava sobre os sacos de cebola e batata. “Na segunda, eu vendi o saco de batata entre R$ 70 e R$ 100, dependendo da qualidade. Agora está entre R$ 120 e R$ 200. A cebola passou de R$ 60 para R$ 90. A gente precisa implorar para o transportador mandar, aí eles sobem o preço”.

O administrador Marcio Santos, 23, que vende frutas em um box no local, disse não vai abrir o negócio na sexta (25). “Não tem como trabalhar. Desde segunda que não chega carga e o estoque acabou ontem”, conta ele, que ainda pode perder dois carregamentos de mamão que estão parados na estrada.

Segundo a Ceagesp, a batata lavada foi o produto com maior aumento de preço: 95%. Por outro lado, alguns alimentos tiveram queda no valor, como o limão taiti, -20%.

Apesar dos prejuízos, muitos trabalhadores e donos de comércios no Ceagesp apoiam a paralisação. “Acho ruim a greve, estou muito preocupado, mas apoio. “Eles estão reivindicando o que é certo. O diesel está caro há muito tempo”, conta Santos. 

Os comerciantes defendem que o valor do combustível aumenta o preço da mercadoria e prejudica os negócios. "Acho ruim a greve, estou muito preocupado, mas apoio a paralisação. O governo precisa tomar uma atitude”, afirma Mateus Nunes, que vende frutas. Ele já estava com o estoque zerado na tarde desta quinta. 

Para o vendedor Manuel Basili, 43, a greve é “um investimento futuro”. “No prejuízo a gente já está, com o preço do frete tão alto. A gente não consegue repassar tudo pro consumidor”, afirma.

Além dos preços, os comerciantes citam uma insatisfação geral com a economia. “Lembra daquele negócio: ‘não é só os 20 centavos’? É a mesma coisa”, diz o dono de uma distribuidora de hortifrúti, Marcos Esteves, 43, que comprava cebolas no Ceagesp. 

A Ceagesp afirmou, em nota, que a formação dos preços na companhia é baseada na lei de oferta e demanda, o que faz com que o preço de alguns produtos que se encontram escassos aumente.  Diz ainda que todas as unidades vão funcionar normalmente na sexta, com portões abertos, cabendo ao permissionado decidir sobre suas operações. 

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