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Veja depoimentos de pais que tiveram que tirar filhos de colégio particular

Desconto dado pelas escolas pode não ser suficiente para famílias que tiveram queda na renda por causa da pandemia

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Luciana Alvarez
São Paulo

Sem conseguir manter a mesma renda familiar de antes da pandemia, muitos pais estão pensando em tirar seus filhos da rede particular e matriculá-los em escolas de ensino público.

Neste momento, também pesa na decisão o fato dos alunos estarem em casa, com aulas virtuais, que nem sempre são bem aproveitadas. ​

Veja abaixo depoimentos de uma mãe que precisou tomar a decisão de tirar seu filho da escola particular e de um pai que prevê seguir esse caminho em 2021.

*

'Foi difícil aceitar que tinha de colocar meu filho na escola pública’

Antes da pandemia, eu já passava por um momento de dificuldade financeira. Tinha uma dívida do ano passado com a escola e fiz acordo para parcelar. Quando chegou a pandemia e precisei fechar o restaurante, meu rendimento foi a zero. Procurei a escola para explicar a situação, mas não houve acolhimento.

Além do fator financeiro, senti que o Hiro não estava aproveitando as aulas online. Antes, ele amava ir ao colégio, mas quando ficou a distância, ele, que já não era de participar muito das aulas, se desinteressou.

Para mim foi difícil aceitar que tinha de colocá-lo na escola pública. Meus pais sempre se esforçaram para pagar uma escola particular para mim, e eu queria fazer o mesmo para o meu filho. Mas chegou uma hora em que não dava mais. Conversei com o Hiro, ele entendeu e está tranquilo.

Até agora ele não sentiu grande diferença. Vamos esperar para ver como vai ficar com as aulas presenciais. De qualquer forma, estou confiante. Não descarto que, mais para frente, ele volte para uma escola particular, mas não vejo isso acontecer tão cedo.

Eliane Haiashida, empresária, mãe de Hiro, 9, aluno do 4º ano da Escola Estadual Alfredo Bresser, na zona oeste de SP

'Para as dívidas não virarem uma bola de neve, ele vai para a rede pública'

Meu filho começou numa escola nova em fevereiro. Ainda não tinha dado tempo de ele fazer amigos, se integrar, quando chegou a pandemia.

Ele está feliz em casa, estuda com autonomia, gosta de ficar no computador, conversa online com os amigos da escola antiga. Está mais feliz do que quando ia para a escola mesmo.

Mas, financeiramente está muito difícil. Já estou alguns meses sem conseguir pagar a mensalidade. Fui até a escola, eles foram acolhedores, ofereceram 20% de desconto, mas eu nem tenho como pagar os outros 80%. Fiz um acordo para postergar as cobranças.

Tive uma pneumonia, fiz várias vezes o teste de Covid-19 e deu negativo, mas fiquei um mês isolado, sem trabalhar.

Para as dívidas não virarem uma bola de neve, no ano que vem a ideia é mudar o Joaquim para a rede pública. Já conversamos com ele, que entendeu. Conversei com amigos que têm filhos na rede e eles me mostraram que na região há algumas escolas boas, então estou tranquilo.

Manuel Freitas, corretor de imóveis, pai do Joaquim, 9

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