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Reabertura de escolas deixa professores inseguros diante de coronavírus

Unidades dizem que receio é natural e oferecem apoio emocional

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São Paulo

Com a adesão de escolas particulares à reabertura nesta quarta-feira (7), professores relatam insegurança com o retorno parcial. Medo de contaminação, dificuldade para que os alunos cumpram o protocolo de higiene e incerteza sobre o tipo de atividades que poderão ser desenvolvidas são questões levantadas.

As direções dos colégios admitem haver sensação de incerteza entre os educadores, mas afirmam ser natural o sentimento por se tratar de uma situação inédita para todos. Além de cursos para orientar as equipes sobre as novas regras, há unidades que estão oferecendo apoio emocional aos docentes.

“No momento em que se adaptavam às aulas a distância, vamos mais uma vez enfrentar o novo com essa reabertura parcial. É natural que os professores se sintam inseguros, em dúvida", diz Giselle Magnossão diretora pedagógica do colégio Albert Sabin, na zona oeste da capital.

"Eles têm um senso de responsabilidade muito grande com o bem estar dos alunos, por isso há essa angústia.”

A escola tem promovido rodas de conversa com os educadores, com a mediação de um psicólogo, para que eles compartilhem os medos e angústias do retorno. Segundo Magnossão, a maior preocupação relatada é a de como criar um ambiente seguro e acolhedor às crianças com tantas novas regras.

O prefeito Bruno Covas (PSDB) autorizou a reabertura das escolas na cidade a partir desta quarta. Para a rede particular, o único limite imposto é o de que atendam apenas 20% das crianças por vez. Não há restrição de dias e horários para que os alunos frequentem as unidades.

No entanto, o receio fez com que muitas optassem por oferecer as atividades em horários restritos ou apenas para algumas séries. Há escolas que optaram por receber os alunos apenas uma vez na semana (opção, por exemplo, do colégio Stance Dual, na Bela Vista) ou apenas duas vezes no mês (decisão do colégio Gracinha, no Itaim Bibi).

Há ainda outras que não informaram os professores sobre a frequência e horários que devem adotar, apenas comunicaram os docentes sobre a volta.

Uma professora do colégio Elvira Brandão (Chácara Santo Antônio) contou que ainda não sabe quantos dias terá de frequentar a escola e em quantos deles receberá os alunos.

O curso de preparação para o protocolo de segurança só será feito nesta segunda (5), dois dias antes da reabertura da unidade. Para a professora, que pediu para não ser identificada, o principal receio é com o cumprimento das novas regras por parte dos alunos e dos pais.

Ela cita, por exemplo, que as famílias não poderão entrar nas escolas e diz temer que alguns não entendam a nova regra ou que as crianças se sintam desamparadas no retorno sem o apoio dos pais dentro da unidade. A Folha procurou o colégio, mas não houve resposta.

No colégio Lourenço Castanho, na Vila Nova Conceição, os professores disseram que, com o pouco tempo de organização, há ainda muitas dúvidas sobre como será o retorno das atividades parciais. A interpretação errada das normas da prefeitura também atrasou o planejamento.

Nesta sexta (2), os professores foram informados por email que a escola ao ser informada das “possibilidades de atividades presenciais” iria iniciar o planejamento de atividades culturais e de acolhimento para todos os alunos, com previsão de reabertura para o dia 13.

Um professor, que também pediu para não ser identificado, disse que inicialmente a escola planejava receber os alunos para atividades que envolvessem professores e educadores de disciplinas que não são obrigatórias. Depois decidiu por convocar os demais docentes para fazer ações de acolhimento aos alunos.

“Temos quatro prédios diferentes para cada ciclo de ensino e cada um vai fazer uma proposta para esse retorno gradual. Vamos ofertar um cardápio de atividades e as famílias vão optar em quais querem participar”, diz Alexandre Abbatepaulo, diretor da escola.

Ele diz que só no início da próxima semana saberá o resultado da consulta às famílias sobre o interesse no retorno parcial. “É natural que haja insegurança. Estamos inseguros para retomar muitas das nossas atividades nesse momento, mas a escola se cercou de cuidados, fez parceria com o Hospital Sírio Libanês. Não dá para afirmar que não há risco, mas eles estão bastante reduzidos com as ações que adotamos”, diz.

Conheça as regras do protolo elabora pela prefeitura para a reabertura das escolas:

Preparação

  • Professores, diretores, coordenadores e demais funcionários devem receber curso de formação para entender o cumprimento do protocolo

  • Pais e alunos serão comunicados sobre as regras

  • Responsáveis devem informar por escrito quando optarem pelo não retorno

Entrada dos alunos

  • Ao menos um funcionário acompanhará a entrada

  • Todos os alunos terão a temperatura aferida

  • Todos devem lavar as mãos antes de entrar na escola (se não houver pia, devem usar álcool em gel)

  • Pais estão proibidos de entrar nas unidades

  • Horário de entrada será diferente para cada turma para evitar aglomeração

  • Todos acima de 4 anos devem usar máscara todo o tempo

Salas de aula

  • Alunos devem sentar a 1,5m de distância um dos outros

  • Materiais escolares devem ser desinfetados

  • Compartilhar brinquedos e materiais é proibido

  • Janelas e portas devem ficar abertas

  • Salas devem ser limpas ao final de cada turno

Espaços comuns

  • Escola deve criar rotas de circulação dentro da unidade

  • Jogos de contato e de bola ficam vetados, assim como uso de brinquedos coletivos, como gira-gira e gangorra

  • Intervalos serão separados por turmas

Erramos: o texto foi alterado

A escola Gracinha terá dois encontros no mês, e não um como dito antes neste texto. A informação foi corrigida.

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