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Após boicote de Osaka, torneio de tênis adia jogos nos EUA

Japonesa decide permanecer na competição depois de medida dos organizadores

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Nova York | AFP

O torneio de tênis de Cincinnati adiou os jogos programados para esta quinta-feira (27), dia em que seriam realizadas as semifinais da competição, como reação aos protestos contra o ataque a Jacob Blake, um homem negro baleado pelas costas por policiais brancos.

A decisão, tomada em conjunto pela Federação de Tênis dos Estados Unidos (USTA), a ATP e a WTA (entidades que comandam os circuitos masculino e feminino, respectivamente), foi anunciada na quarta-feira, logo após a japonesa Naomi Osaka ter aderido ao boicote iniciado por jogadores da NBA (liga de basquete americana) e anunciado que não participaria das semifinais do torneio, que integra o ATP Masters 1.000 e o WTA Premier.

"Como esporte, o tênis está assumindo coletivamente uma postura contra a desigualdade racial e a injustiça social que mais uma vez se destacou nos Estados Unidos", divulgaram na quarta-feira os organizadores da competição.

O torneio de Cincinnati, no qual Novak Djokovic chegou às semifinais masculinas na quarta-feira, anunciou que fará uma pausa na quinta-feira e retomará as atividades na sexta-feira.

Realizado neste ano excepcionalmente em Nova York, sem a presença de público, o evento estava programado para terminar na sexta-feira, três dias antes do início do US Open nas mesmas instalações, em Flushing Meadows.

Naomi Osaka saca em jogo do Premier de Cincinnati - Matthew Stockman - 24.ago.20/AFP

Enquanto várias competições, como as ligas de beisebol (Major League Baseball - MLB) e de futebol (Major League Soccer - MLS), suspenderam seus jogos seguindo o exemplo da NBA, Naomi Osaka publicou uma mensagem informando que não jogaria as semifinais contra a belga Elise Mertens.

"Antes de ser uma atleta, eu sou uma mulher negra. E como uma mulher negra eu sinto que há questões muito mais importantes que precisam de atenção imediata, ao invés de me ver jogando tênis", escreveu Osaka, número 10 no ranking WTA e mulher mais bem paga do esporte em 2019 segundo a revista Forbes.

"Não espero que nada drástico aconteça porque não vou jogar, mas se posso iniciar uma conversa em um esporte predominantemente branco, considero um passo na direção certa", acrescentou a tenista de 22 anos.

Nesta quinta, a japonesa informou que, após uma longa conversa, decidiu atender aos pedidos dos organizadores do torneio e disputará as semifinais. "Eles me ofereceram cancelar todas as partidas até sexta e, para mim, isso traz mais atenção ao movimento. Eu gostaria de agradecer à WTA e ao torneio pelo apoio."

Filha de um haitiano e de uma japonesa, a atleta já afirmou ter sofrido preconceito no Japão pela cor de sua pele e por ter se estabelecido nos Estados Unidos quando criança, o que na opinião de alguns não a faria verdadeiramente japonesa.

No ano passado, ela, que também tinha nacionalidade americana, precisou optar por permanecer apenas com uma das nacionalidades e escolheu a japonesa.

Protestos contra o racismo e a brutalidade policial nos Estados Unidos ressurgiram nesta semana por conta de um ato de violência policial registrado no domingo na cidade de Kenosha (Wisconsin). Agentes balearam pelas costas Jacob Blake quando ele entrava em seu carro, diante de seus três filhos.

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