Ministra japonesa diz que Olimpíada ocorrerá a qualquer custo em 2021

Ela reforça fala de vice do COI, para quem Jogos serão disputados com ou sem Covid

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AFP

Os Jogos de Tóquio 2020, adiados por causa da pandemia da Covid-19, devem ser realizados no próximo ano "custe o que custar", dados os esforços feitos pelos atletas para se prepararem, declarou nesta terça-feira (8) a ministra japonesa, Seiko Hashimoto, responsável pelo evento.

Hashimoto fez esses comentários um dia após a declaração do vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), John Coates, à AFP. Segundo ele, os Jogos serão disputados em 2021, "com ou sem" Covid-19.

"Para os Jogos do próximo ano, os atletas continuam trabalhando duro nos ambientes em que se encontram. Acho, portanto, que eles devem ser realizados a qualquer custo", disse Hashimoto, ao ser questionada em entrevista coletiva sobre as palavras de Coates.

Construído no lugar onde ficava seu antecessor, feito para os Jogos de 1964, o novo Estádio Olímpico foi desenhado pelo arquiteto Kengo Kuma. Ele comporta 60 mil pessoas e receberá as cerimônias de abertura, encerramento, futebol e atletismo. Sua estrutura de madeira e ferro remete à natureza (assentos levam cores verde e marrom) e há componentes inspirados em elementos da cultura tradicional japonesa. Divulgação/@tokyo2020 no Instagram/

Localizado em uma das áreas mais movimentadas de Tóquio e cercado por estações de metrô e trem, o Fórum Internacional tinha uma necessidade: acomodar um intenso tráfego de pedestres. Desenhado pelo uruguaio Rafael Biñoly, o espaço tem uma estrutura alta e de vidro curvo, o Glass Hall, e quatro grandes áreas de convenção. Entre elas, existe um enorme calçadão aberto. Nos Jogos, um dos muitos salões do local, com capacidade para 5.000 pessoas, receberá o levantamento de peso. Shigeo Ogawa/Floornature/

Primeira das arenas feitas para os Jogos de Tóquio-2020 a ser inaugurada, no final do ano de 2017, o Musashino Sports Plaza tem teto com painéis de energia solar e foi projetado para ser acessível a cadeirantes e idosos. Receberá badminton, as disputas de esgrima do pentatlo moderno e o basquete de cadeira de rodas. O complexo tem piscina e quadras poliesportivas. Ccgxk/Wikimedia/

Apesar do arrojado design exterior, o mais impressionante da Saitama Super Arena é a capacidade de transformar seu interior. Projetado pelo escritório do arquiteto Dan Meis, o local tem arquibancadas móveis e pode mudar de um estádio de 35 mil lugares para um teatro de 22 mil assentos, com uma sala de concertos para 5.000 pessoas, em 20 minutos. Inaugurado em 2000, receberá o basquete nos Jogos. Kakidai/Wikimedia Commons/

Canteiro central de uma avenida de 1,5 km, o parque Sapporo foi pensado na segunda metade do século 19 para dividir a cidade entre a área residencial e a comercial. Com o tempo, chegou a ser utilizado como depósito de lixo, virou plantação de batatas na Segunda Guerra Mundial e aos poucos foi recebendo seus jardins, até se consagrar como parque. Receberá a maratona e da marcha atlética em 2020. /Kyodo News

Projetado por Kenzo Tange para os Jogos de 1964, o estádio Yoyogi atrela a estética de seu autor com a arquitetura tradicional japonesa. De sua espinha dorsal de cabos de aço escorre um teto curvo, que lembra uma concha ou a cobertura de templos nipônicos. O local se tornou uma das obras de referência do autor e receberá o handebol, o badminton paraolímpico e o rúgbi em cadeira de rodas. /Arne Müseler/Wikimedia

Projetado pelo grupo de arquitetos de Hiroshi Hara, o Sapporo Dome é híbrido, tem um campo de beisebol e um de futebol, que fica do lado de fora da arena. Arquibancadas móveis se abrem como uma porta, criando o vão por onde passa o gramado de futebol, quando este precisa ser utilizado. Assim, além de poder receber dois esportes, o estádio, que é totalmente coberto, possibilita que a grama receba luz natural. Em Tóquio-2020, sediará ambas as modalidades. Fifa/

Com desenho assinado por Mamoru Yamanda, o Nippon Budokan tem inspiração em templos budistas. Preserva a forma octogonal do teto (feito para simbolizar o Monte Fuji) e também tem um giboshi no topo, ornamento redondo que na tradição japonesa serve para proteção. Considerado o templo do judô e usados nos Jogos de 1964, tem capacidade para 11 mil pessoas. Kakidai/Wikimedia/

"Acho que Coates se sente confortado pelo fato de que os Jogos de Tóquio podem ser organizados com uma coordenação ainda mais estreita de esforços" contra o coronavírus, acrescentou.

Na segunda-feira, Coates estava decididamente otimista. "Serão os Jogos que terão vencido a Covid-19, a luz no fim do túnel", disse ele, que chefia a comissão de coordenação do COI para os Jogos de Tóquio.

Masa Takaya, porta-voz dos Jogos, recusou-se a dizer nesta terça-feira se os organizadores japoneses do evento compartilham da avaliação otimista de Coates, observando que essas opiniões mostram apenas que "a equipe do COI está determinada a sediar os Jogos no próximo ano".

As fronteiras do Japão ainda estão fechadas para visitantes estrangeiros, e as vacinas contra o novo coronavírus se encontram em fase de estudos clínicos. Esse cenário alimenta as especulações sobre a possibilidade de realização do evento.

Os organizadores deixaram claro que um novo adiamento seria impossível, mesmo que a população japonesa, muito preocupada com o coronavírus, seja esmagadoramente a favor disso, ou de seu cancelamento total, de acordo com várias enquetes e pesquisas recentes.

Um grupo de trabalho formado por organizadores esportivos e por funcionários do governo japonês, encarregado de planejar as medidas contra o coronavírus, reuniu-se na última sexta-feira (4), pela primeira vez.

Takaya declarou que os organizadores continuarão a "monitorar atentamente" a evolução da pandemia e a "fazer todo o possível em coordenação com todas as organizações envolvidas para garantir Jogos seguros".

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