Siga a folha

Descrição de chapéu paralimpíadas

100 metros dão 2 ouros ao Brasil em 10 minutos

Ricardo Mendonça vence na T37; na sequência, Petrúcio Ferreira é tricampeão paralímpico na T47

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Saint-Denis

Em um intervalo de dez minutos, o Brasil conquistou duas medalhas de ouro paralímpicas nos 100 metros rasos, nesta sexta-feira (30), no Stade de France.

Ricardo Gomes de Mendonça, 34, venceu na categoria T37 (paralisia cerebral), com um tempo de 11s07, e Petrúcio Ferreira dos Santos, 27, ganhou o tricampeonato paralímpico logo depois, na T47 (amputação ou deficiência nos membros superiores), com 10s68.

Petrúcio Ferreira comemora a vitória nos 100 m (T47) nos Jogos Paralímpicos de Paris - Reuters

Mendonça tinha um bronze nos 200 metros nos Jogos de Tóquio, em 2021, mas foi ouro nos 100 no Mundial de Kobe, no Japão, este ano. Na prova, ele largou atrás do indonésio Saptoyogo Purnomo, mas deixou o rival para trás no terço final.

"A minha saída não é tão boa assim. Eu saio com a perna que tem deficiência [a direita] na frente, e ela não empurra tanto quanto poderia. Mas do segundo toque em diante ela começa a responder bem. Então, foi tudo dentro do que eu poderia fazer", afirmou Mendonça, que perdeu parte dos movimentos da perna e do braço direitos em um acidente do trabalho há dez anos.

Ele se disse "em êxtase" com o clima no Stade de France. "De outro mundo. Nunca vivenciei. Já estive nos Jogos em Tóquio, mas estava sem torcida por conta da pandemia. E hoje a casa inteira gritando pra gente correr."

O paraibano Ferreira foi campeão no Rio, em 2016, e em Tóquio, em 2021. "O raio caiu pela terceira vez", brincou, tocando seu brinco prateado em forma de raio na orelha esquerda.

Ele comemorou a seu estilo, com o chapéu de couro tipicamente nordestino. "O nordestino já aprende a enfrentar o seu desafio logo desde criança. A vida era difícil, mas era divertida. Agora a vida é divertida, mas é difícil", filosofou. Um acidente com uma máquina de moer capim, quando ele tinha 2 anos, tirou-lhe parte do braço esquerdo.

Na semifinal, pela manhã, ele tinha ficado em segundo, atrás do americano Korban Best. Falando de si em terceira pessoa, deu a entender que escondeu o jogo. "Foi um jogo de classificação, aproveitando um pouco da experiência do Petrúcio, dez anos de competição. O americano está chegando bem, mostra o quanto o esporte paralímpico está crescendo. Mas eu fiquei um pouquinho mordido, sim." Best ficou com a medalha de prata, 0s07 atrás do brasileiro.

Ferreira é o recordista mundial de sua modalidade, com o tempo excepcional de 10s29, obtido em São Paulo em 2022. Ele atribuiu o tempo da final desta sexta a uma série de lesões recentes. "Não fiz um bom resultado em relação ao que costumo correr. Esperava, nas melhores condições, correr próximo do meu [melhor] resultado, até mesmo abaixo. Mas paciência, a medalha veio, o importante é voltar para casa com ela."

Quatro outros brasileiros disputaram as finais dos 100 metros. Na T37, Christian da Costa ficou em quarto, e Édson Pinheiro, em quinto. Na T47, Washington Júnior foi o quinto, e Lucas Pereira, o sexto.

De manhã, o Brasil já havia conquistado uma medalha de ouro no atletismo. Júlio César Agripino dos Santos venceu os 5.000 metros na categoria T11 (deficiência visual), com novo recorde mundial (14min48s85). O detentor da marca anterior, outro brasileiro, Yeltsin Jacques, ouro em Tóquio, ficou com a medalha de bronze.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas