Dentro de um balão inflável, Oscar Oiwa desenhou a sua própria visão do paraíso. “Pensei nisso já que a Japan House é próxima do bairro do Paraíso”, diz o artista plástico que tem quatro trabalhos expostos no instituto, a partir desta terça-feira (4). 

Desenhada a caneta, a instalação contou com a ajuda de voluntários. Para a realização do projeto, foram necessários 14 dias, em que a equipe trabalhava cerca de sete horas diárias. 

O artista diz que o seu traço,que remete a textura de rios, névoas e árvores, é oriundo dos HQs japoneses a que assistia criança. “Desde os oito anos, desenhava com fundo branco e linhas”, diz. 

Segundo o artista, a escolha do balão foi feita para aproximar o espectador do trabalho. “Aqui dentro, a pessoa enxerga o desenho e mais nada”, afirma o artista.

Formado em arquitetura, Oiwa conta que desenha desde os oito anos. “Hoje, as pessoas não desenham mais, isso se perdeu, só pensam em mexer nos celulares e tirar fotos com eles”, diz o artista.

Além do balão, desenhado em preto e branco, o artista expõe outras três pinturas —coloridas. 

Estas refletem tanto questões sociais, como o quadro “Invisible Sea” (2010) , que remete ao vazamento de uma plataforma de petróleo no Japão em 2008, quanto questões pessoais, como um quadro colorido sobre um sonho que o artista teve, o “After Midnight” (2010).

Desde a inauguração, em 2017, a Japan House realiza exposições apenas com artistas japoneses. Oiwa, na verdade, é filho de japoneses. Ele nasceu e cresceu no Brasil.

O artista integra a programação que celebra os 110 anos de imigração japonesa ao Brasil, comemorados em 2018.

Oscar Oiwa no Paraíso - Desenhando o efêmero
QUANDO nesta terça (3) até 03/06; ter. a sáb. das 10h às 22h, dom. e feriados das 10h às 18h
ONDE Japan House, av. Paulista, 52, tel. (11) 3090-8900
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