Festival Ilhabela Bossa e Choro emagrece, mas não perde a linha
Segunda edição do evento aconteceu entre sexta (6) e domingo (8), com shows gratuitos pela cidade do litoral paulista
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Pelo segundo ano consecutivo, dois gêneros musicais brasileiros, a bossa nova e o choro, aportaram em Ilhabela por meio do 2° Festival Ilhabela Bossa e Choro, evento que aconteceu entre a última sexta-feira (6) e domingo (8), com shows gratuitos realizados em um palco fixo e apresentações itinerantes pelas ruas, praças e praias da ilha do litoral norte paulista.
Para se manter um festival de música é imprescindível ter um suingue igual ao de um aramista —e dos bons—, para não despencar da tênue linha que o equilibra. A economia do país trouxe ventos fortes, e a segunda edição do evento ficou mais magra —um dia a menos que a primeira edição—, mas não se emaciou ou caiu.
A cantora Paula Morelenbaum e seu marido, o violoncelista, arranjador e maestro Jaques Morelenbaum, homenagearam o maestro soberano, Tom Jobim (1927-1994), de maneira sublime. “Retrato em Branco e Preto” teve um solo de cello, capaz de calar de criança na plateia.
O cantor, compositor e rapper Rael cantou o mestre Vinicius de Moraes (1913-1980). Misturou plateias distintas e mandou sua mensagem para todas as mentes. Agradou muito com som forte, na pressão, bonito, grave e feito com base na autenticidade.
Gian Correa Quinteto é daqueles grupos instrumentais, que depois de se apresentarem faz com que muita gente desista de tocar um instrumento. A habilidade, precisão e musicalidade de seus integrantes é impressionante.
O guitarrista Toninho Horta e a cantora Alaíde Costa decidiram, no camarim, interpretar “Dindi”, de Jobim e Aloysio de Oliveira (1914-1995). Provaram que o que não está programado pode agradar, e muito. “Beijo Partido”, repaginada pelo próprio autor foi arrebatadora na voz de Alaíde, que não tem medo de acorde ou levada.
Reunindo samba, maracatu, rock, funk e soul, o grupo BossaCucaNova e o veterano Roberto Menescal esbanjaram suingue. Wanda Sá e César Camargo Mariano homenagearam a bossa nova pelos seus 60 anos.
De quebra, ainda teve o show Viva Tim e Ben, em homenagem a Tim Maia (1942-1998) e Jorge Ben Jor, com os artistas, Fernando Rios (cantor que anima qualquer plateia), Emanuelle Araújo (ex-banda Eva) e Robson Nunes (que interpretou Tim Maia, quando moço, na cinebiografia do cantor), culminando em uma grande festa para a plateia.