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Guns N' Roses exclui música que ataca gays, negros e imigrantes em relançamento

'One In A Million' teria iniciado o afastamento entre cantor Axl Rose e guitarrista Slash

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Fãs mais atentos do Guns N' Roses perceberão nas entrelinhas: a música "One in a Million" foi retirada do no novo lançamento da banda, “Appetite For Destruction: Locked N' Loaded”.

Anunciada nesta semana, a caixa traz diversas opções em diversos formatos —o kit mais completo tem 5 CDs, 7 discos de vinil e 7 singles de vinil de 7 polegadas, o chamado "compacto".

A novidade recupera todas as canções do álbum "G N' R Lies", EP lançado pela gravadora Geffen em 1988, exceto a polêmica "One In A Million".

O conteúdo que corresponde ao álbum está no CD 2, intitulado "B-Sides N´ EPs: Remastered", trazendo takes alternativos da época e versões ao vivo.

'POLICIAIS E CRIOULOS'

A música causou controvérsia à época do lançamento, principalmente pelo uso do termo "niggers" por parte de Axl, que não se contentou e atacou também imigrantes, homossexuais e policiais.

"Policiais e crioulos/ Saiam do meu caminho/ Não quero comprar nenhuma de suas/ Correntes de ouro hoje/Não preciso de algemas/ Presas nas minhas costas/Só preciso da minha passagem, até lá/ Não poderia me soltar um pouco?", entoa.

"Imigrantes e bichas/ Não fazem sentido para mim/ Eles vêm para nosso país/ E acham que podem fazer o que quiserem/ Como começar um mini Irã/ Ou disseminar doenças horríveis/ Eles falam de tantas malditas maneiras/ É tudo grego para mim", prossegue.

Show da banda Guns N' Roses encerra a noite do São Paulo Trip, no Alianz Parque, em 2017 - Marcelo Justo/Folhapress

À época, o lançamento da música foi defendido por Axl contra a vontade de outros membros da banda.

Especialistas na trajetória da banda americana apontam que a insistência do cantor teria marcado o início do afastamento entre ele e os guitarristas Izzy Stradlin e Slash, que tem raízes afro —sua mãe, a fashionista Ola Hudson (1946-2009), era negra.

Em diversas entrevistas, Axl Rose afirmou ter sido mal interpretado. Ele de fato dispara também contra "radicais e racistas" em um trecho posterior da letra:

"Radicais e racistas/ Não apontem seus dedos pra mim/ Sou apenas um garoto do interior/ Tentando sobreviver/ Não preciso da sua religião/ Não assisto muito TV/ Apenas fazendo meu corre/ Isso é suficiente pra mim".

Mesmo assim, o cantor já se desculpou pela composição.

Uma eventual revisão moral da "banda mais perigosa do planeta", contudo, não atingiu "Used to Love Her", outra faixa polêmica do disco "Lies", que fala de maneira sarcástica sobre matar uma mulher após o fim de um relacionamento.

A música acabou sendo relacionada a duas histórias de assassinatos nos Estados Unidos.

Em 2002, um homem chamado Justin Barber baixou a faixa pouco antes de assassinar a mulher. Dez anos depois, um jovem chamado Thomas Wilhelm cantou os versos polêmicos antes de matar a namorada. 

Veja abaixo o track-list do lançamento, com as músicas de "Lies", menos "One In A Million": 

Reckless Life

Nice Boys

Move To The City (ao vivo)

Mama Kin Shadow Of Your Love (ao vivo)

You´re Crazy (versão acústica)

Patience

Used To Love Her 

You're Crazy 

It's So Easy

Knockin´ On Heaven´s Door (ao vivo)

Whole Lotta Rosie (ao vivo)

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