Siga a folha

Descrição de chapéu Obituário David Medalla (1938 - 2020)

David Medalla, filipino que criou esculturas de espuma, morre aos 82 anos

Pioneiro da arte cinética na Europa dos anos 1960, ele conquistou fãs como Marcel Duchamp

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

O artista filipino David Medalla morreu nesta segunda (28), aos 82 anos. A informação foi divulgada por seu marido e colaborador, Adam Nankervis, no Facebook. Embora não tenha revelado a causa da morte, Nankervis afirmou na postagem que Medalla estava doente há algum tempo e que morreu enquanto dormia em Manila, capital das Filipinas.

Medalla ficou conhecido por uma série de esculturas metamórficas de espuma produzidas a partir dos anos 1960, "Cloud Canyons", ou cânions de nuvens. Num minidocumentário do museu britânico Tate, o artista conta que a inspiração para as obras foi um filipino morto que avistou no seu quintal ainda criança, na Segunda Guerra Mundial. A boca ensanguentada do homem borbulhava.

Exibidas em mostras internacionais como a Documenta, em Kassel, na Alemanha, em 1972, as esculturas são lembradas com frequência como pioneiras da arte cinética.

Medalla chamava os "Cloud Canyons" de "arte autocriadora", em oposição à arte autodestrutiva do seu colega alemão Gustav Metzger. Num protesto contra a ameaça nuclear nos anos 1960, Metzger misturava ácido às suas tintas, criando dessa maneira buracos na tela. As esculturas do filipino, ao contrário, se reconstruíam continuamente.

Medalla nasceu em Manila e estudou letras clássicas e literatura moderna na Universidade Columbia, em Nova York. Aos 20 e poucos anos, ele se mudou para Paris, onde conquistou fãs como o artista Marcel Duchamp e o filósofo Gaston Bachelard, ambos franceses.

Sua carreira floresceu, porém, em Londres, onde Medalla fundou com Metzger e o também artista Marcello Salvadori a galeria Signals —mais tarde, o crítico Guy Brett e o curador Paul Keeler se juntariam aos sócios.

Mesmo com meros três anos de vida, de 1964 a 1967, a casa influenciou a cena artística de vanguarda ao exibir obras de nomes como Lygia Clark, Jesus Rafael Soto e Mira Schendel. Uma exposição na galeria Thomas Dane, em Londres, há dois anos, homenageou esse legado.

"Sua curiosidade, alegria e espírito alquimista desconheciam fronteiras", escreveu Nankervis sobre Medalla no Facebook.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas