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Cinema

'Um Príncipe em Nova York 2' tem gostinho nostálgico dos anos 1990

Sequência de filme protagonizado por Eddie Murphy é claramente inspirado em 'Pantera Negra', da Marvel

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Um Príncipe em Nova York 2

Avaliação: Ótimo
  • Quando: Estreia em 5 de março
  • Onde: Amazon Prime Video
  • Elenco: Eddie Murphy, Wesley Snipes, Tracy Morgan, Leslie Jones, Arsenio Hall
  • Produção: EUA, 2021
  • Direção: Craig Brewer

Zamunda forever! Para quem não sabe, Zamunda, país africano fictício governado pelo então rei Akeem Joffer, papel de Eddie Murphy, foi a Wakanda pop dos anos 1990. Isso muito antes do universo cinematográfico da Marvel pensar em surgir.

Talvez um dos filmes que mais vimos na "Sessão da Tarde", “Um Príncipe em Nova York” ganhou, além de uma continuação merecida, um reino bem atualizado com as pautas sociais, tecnológicas e com um humor politicamente correto e atual para o século 21.

Mas se você nunca assistiu à primeira parte dessa história, saiba que esse filme foi um marco na cultura pop e cinematográfica.

Foi na versão de 1988 que Eddie Murphy interpretou pela primeira vez vários personagens num mesmo filme. Foi nele também que a África estereotipada ganhou um novo olhar, com reis, muito ouro e um figurino que rendeu a indicação ao Oscar de 1989.

Além disso, artistas como Jay Z, Kanye West, na música "Otis Redding", Snoop Doog, em "That's That Shit", Ludacris, em "Coming 2 America", e vários outros samplearam trechos famosos do filme. Então, jovem wakandence, entenda que quando Eddie Murphy chegou aqui, Wakanda era tudo mato.

Desta vez, a trama sai da Nova York —mais especificamente, o bairro do Queens— onde se passava maior parte do primeiro filme. O cenário foi reduzido a palco de uma sucessão rápida de cenas cômicas que mostram, por exemplo, a transformação do antigo bairro periférico e violento para uma espécie de Santa Cecilia, bairro do centro paulistano, cheio de cafés hipsters, pet shops, floriculturas e, é claro, a clássica barbearia MY-T-Sharp, onde Eddie Murphy interpretava o barbeiro Clarence e Arsenio Hall, o judeu Saul, seu fiel escudeiro.

Já em “Um Príncipe em Nova York 2” a ideia não é fazer revolução. A inspiração das piadas e algumas cenas de luta deixam claro que o filme “Pantera Negra”, da Marvel, foi o norte da sequência.

O filme é simples e óbvio. Por incrível que pareça, é a grande sacada do roteirista Kenya Barris. E mantém a mesma trama, os mesmos personagens, as mesmas sequências de fatos sem grandes surpresas, nos deixando cada vez mais nostálgicos ao rever atores bem mais velhos que a primeira versão, dando continuidade ao seus personagens, 33 anos depois.

E, como o próprio Eddie Murphy disse em uma entrevista coletiva sobre o filme, não foi difícil convidar os novos atores. “Quem não gostaria de estar na sequência de ‘Um Príncipe em Nova York’?”, ele pergunta.

Talvez a grande novidade do filme seja a participação do ator Morgan Freeman, que aparece fazendo o que sabe fazer de melhor, narrar uma situação como se fosse Deus, além do fato de o filme ser levemente musical. Não se preocupe, não é um musical, mas tem umas musiquinhas.

O figurino e a maquiagem continuam sendo bem impressionantes, só que dessa vez, as cenas em que o Eddie Murphy e Arsenio Hall aparecem três décadas mais novos chegam a parecer tão reais que a impressão que dá é de que eles guardaram cenas do primeiro filme para uma possível sequência.

Assim como no original, a parte dois mantém o questionamento sobre como as mulheres são postas em segundo plano, seja no casamento ou na condução de um governo. Mas neste, eles abordam o tema de forma mais clara deixando que a ideia de sua filha mais velha, a princesa Meeka, papel de KiKi Layne, se torne ou não a primeira na fila da sucessão à coroa real fosse o fio condutor de todo o enredo.

A aparição de Wesley Snipes no elenco não é novidade, já que sua amizade com Eddie Murphy tem rendido ótimos papéis para ele como o ator drogado D'Urville Martin, de “Meu Nome é Dolemite”, e o general Izzi, em “Um Príncipe em Nova York 2”. Já Cuba Gooding Jr. e Samuel L. Jackson, presentes na primeira versão, fazem falta na segunda parte.

Outra ausência sentida é da atriz Madge Sinclair, morta em 1995, que interpretava o papel da rainha no primeiro filme. O seu personagem faz falta nessa nova edição, já que partia delas os conselhos mais racionais para o seu filho, o príncipe Akeem Joffer.

Se o diretor Craig Brewer quis fazer uma homenagem a essa geração de filmes de comédia dos anos 1990, ele conseguiu. Então se acomode no sofá e se prepare para rir, chorar e relembrar tempos bem mais simples que os atuais.

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