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Descrição de chapéu Artes Cênicas

Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC, vai virar uma unidade do Sesc

Espaço, que continuará a ter as artes cênicas como motor central, passará por reformas e será entregue em 2030

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São Paulo

O Teatro Brasileiro de Comédia, conhecido como TBC, vai ser transformado numa nova unidade do Sesc, a ser inaugurada. O edifício, que é tombado como patrimônio histórico, fica localizado no bairro do Bexiga, no centro de São Paulo.

A assinatura de cessão de uso do imóvel acontecerá nesta quarta-feira, com a presença da cúpula do Sesc e da Funarte, a Fundação Nacional das Artes, órgão do governo federal responsável pela gestão do TBC desde 2008.

Edifício do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia) em 2013, quando passou por uma reforma feita pela Funarte - Luiz Carlos Murauskas/5.fev.2013/Folhapress

Novo capítulo de uma novela que se arrasta há pelo menos duas décadas, a mudança sinaliza o fim do declínio de um prédio que abrigou um dos grandes marcos culturais de São Paulo e do Brasil. Localizado na rua Major Diogo, o edifício estava fechado e, apesar de intervenções feitas pela Funarte, enfrentava desgastes crescentes na sua estrutura.

Serão necessários cerca de dois anos para elaborar um projeto arquitetônico que definirá as intervenções para transformar o antigo prédio em uma unidade do Sesc, de acordo com Danilo Santos de Miranda, diretor-geral do Sesc-SP. As obras, por sua vez, devem se estender por seis anos. Não está definido o escritório de arquitetura que vai assumir o trabalho.

O contrato fechado com a Funarte prevê a ocupação do TBC pelo Sesc durante 35 anos, sujeitos à renovação pelo mesmo período. Entre as contrapartidas previstas no acordo estão a manutenção do nome, que será chamado de Sesc TBC, e da vocação do espaço para o teatro.

O programa de reformas, que custará cerca de R$ 30 milhões, inclui novos espaços no imóvel, como é praxe nessas unidades. Haverá ainda espaços para crianças e para a prática de ginástica.

Com cerca de 250 lugares, a principal sala da Funarte será reaberta como espaço teatral, como era antes, e representará a grande atração do local. Não está definida, por ora, a finalidade da segunda sala.

Neste prédio, em 1948, o empresário italiano radicado no Brasil Franco Zampari fundou a companhia Teatro Brasileiro de Comédia, trazendo da Europa encenadores de ponta, como Adolfo Celi, além de técnicos experientes. Juntaram-se a eles alguns dos melhores atores jovens brasileiros da época, como Cacilda Becker, Cleide Yáconis, Paulo Autran e Nydia Licia.

Há três anos, a atriz Denise Fraga à Folha que o "TBC foi realmente a raiz de uma árvore muito frondosa". Está ligado à origem de companhias fundamentais para a história das artes cênicas no Brasil, como o Teatro de Arena, grupo de José Renato e Gianfrancesco Guarnieri, que surgiu como uma espécie de reação ao TBC. O Teatro dos Sete, formado por Fernanda Montenegro, Sergio Britto, Gianni Ratto e Ítalo Rossi, também está vinculado aos primórdios da criação de Zampari.

Início das negociações em 2016

"A proposta original foi feita da Funarte para o Sesc", lembra Miranda, que aponta como determinantes as conversas iniciais em 2016 com Marcelo Calero, à frente do Ministério da Cultura do governo Michel Temer.

Foi Calero quem apresentou a iniciativa, bem-recebida pela direção do Sesc. Humberto Braga, presidente da Funarte, e seu sucessor, Stepan Nercessian, levaram adiante as negociações.

Iniciado o governo Jair Bolsonaro, em 2019, as relações entre Funarte e Sesc esfriaram, segundo Miranda. "Nunca nos disseram que não queriam avançar com o projeto, mas não havia uma resposta clara a esse respeito."

A parceria só foi retomada com a chegada de Tamoio Marcondes no primeiro semestre de 2021 ao comando da Funarte, tornando-se o sexto presidente da fundação ao longo dos anos Bolsonaro.

"É um caminho vastíssimo de respeito à cultura, em especial ao teatro", afirma Miranda sobre a relevância da retomada do espaço. Ele lembra, entre outros momentos, a passagem de Antunes Filho pelo TBC nos anos 1950. Décadas depois, o diretor se consagraria como coordenador do Centro de Pesquisa Teatral, o CPT, na unidade Consolação do Sesc.

Miranda também ressalta a importância da intervenção naquela área do Bexiga. "Precisamos ajudar na recuperação daquela região da cidade, que está um tanto deteriorada."

O Sesc também negocia a compra de um edifício vizinho ao TBC —o prédio histórico fica na rua Major Diogo, 315, e este outro, situado ao lado, é o 337. Se confirmada a aquisição, essa unidade terá espaços mais amplos para as atividades tradicionalmente desenvolvidas pela rede, como a prática de esportes e de ginástica.

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