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BC dos EUA sobe juros e projeta mais duas altas ainda neste ano

Atuação do Banco Central brasileiro no mercado limitou a valorização do dólar

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New York e São Paulo

O Fed (Federal Reserve, o banco central americano) elevou a taxa de juros dos EUA nesta quarta-feira (13) e sinalizou que vê melhora na economia do país para novos aumentos.

O impacto da decisão sobre o mercado de câmbio no Brasil, no entanto, foi moderado por causa da atuação do BC (Banco Central) brasileiro. O aumento nos juros dos Estados Unidos tende a fazer com que investidores tirem recursos de economias emergentes para investir em títulos da dívida americana, mais seguros.

Os juros americanos subiram para a faixa entre 1,75% e 2% ao ano, a sétima alta desde o início do ciclo de aperto monetário. E o comunicado do Fed indica que há espaço para mais duas altas neste ano. Até então, apenas uma elevação era dava como certa, na reunião de setembro.

O motivo para a mudança foi a percepção de que a economia americana está mais forte e a inflação se acelera depois de dez anos da crise que levou as taxas de juros a quase zero.
 

Presidente do Fed, Jerome Powell, aparece em TV durante anúncio do Fed de elevar os juros para a faixa entre 1,75% e 2% ao ano - Assoaciated Press

Em relação ao documento de março, quando o Fed aumentou os juros pela primeira vez no ano, a atividade econômica passou a ser descrita como sólida, em vez de moderada.

A projeção de taxa de desemprego para o final do ano declinou de 3,8% para 3,6%. O Fed também indicou que toleraria uma inflação acima da meta de 2% ao ano por um período tempo.

Análise feita por Bruno Braizinha, da área de alocação global de ativos do banco Société Générale, mostra que o comitê de política monetária do Fed tem a avaliação de que aumentos graduais na meta das taxas de juros são coerentes com a expansão sustentada da atividade econômica.

"Já começa a haver uma preocupação com a diferença entre a taxa de juros dos títulos de dívida de dois e dez anos no longo prazo. Uma inversão na curva de juros costuma representar recessão nos Estados Unidos", afirma Braizinha.

A leitura dos economistas é que, se o Fed acelerar de forma excessiva a alta nos juros, poderia eventualmente frear o crescimento americano. Ryan Connelly, analista de economia global do Frontier Strategy Group, é um dos que avaliam que esse risco existe.

Apesar de a maioria dos membros do Fed indicar quatro altas neste ano, por exemplo, ele vê apenas um terceiro aumento, em setembro. "Temo que possa haver aumento no preço de ativos que venha a desacelerar a economia", diz.

"Se as pessoas acharem que a economia está indo bem, pode levar a taxas de juros mais elevadas, o que pode reduzir a demanda de crédito de empresas e consumidores."

Nenhuma linha do comunicado foi dedicada às recentes turbulências que afetaram emergentes por causa do fortalecimento do dólar.

Logo após o anúncio do Fed, o Banco Central anunciou nova intervenção no mercado de câmbio, que foi fundamental para conter a valorização da moeda no país. O BC já injetou US$ 13 bilhões dos US$ 20 bilhões anunciados na semana passada para diminuir as oscilações bruscas do dólar, segundo a Reuters.

O dólar comercial avançou 0,10% e fechou a R$ 3,7150.

"A faixa entre R$ 3,70 e R$ 3,75 parece ser um ponto de equilíbrio que o BC encontrou", afirmou Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimentos.

A Bolsa brasileira voltou a fechar em queda, mas reduziu as perdas de mais de 2% registradas ao longo do dia. O Ibovespa, principal índice da B3, cedeu 0,86%, a 72.122 pontos. No mês, a queda acumulada é de 6%.

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