Descrição de chapéu

Depois do Facebook, ação do Twitter cai 21%

Ceticismo de investidores aumenta após anúncio de quedas de usuários do microblog

Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados Você atingiu o limite de
por mês.

Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login

San Francisco e Nova York | Financial Times

Um dia depois de o Facebook passar por um pregão catastrófico em que sofreu a maior queda em valor de mercado da história das Bolsas americanas, foi a vez de o Twitter ser punido pelo ceticismo dos investidores quanto às redes sociais.

As ações do microblog caíram 20,5% nesta sexta-feira (27), depois de a empresa informar que perdeu 1 milhão de usuários no segundo trimestre e que esse número vai continuar a cair, pois está em processo de eliminar contas falsas. Foi o maior tombo diário em quatro anos. Ainda assim, os papéis acumulam valorização de 42% em 2018.

Preços das ações do Twitter são exibidos na Bolsa de Valores de Nova York, logo após abertura - Lucas Jackson/Reuters

As redes sociais vêm sendo prejudicadas pelas preocupações quanto aos limites de atenção de seus usuários e quanto às potenciais consequências negativas dos recentes escândalos de vazamento de dados, que as forçaram a reorganizar suas operações.

A fuga de investidores em mídia social, nesta semana, veio apesar das indicações de que os negócios das duas empresas estão firmes, o que sugere que a confiança dos anunciantes quanto a elas não sofreu abalos —o Twitter teve seu terceiro trimestre consecutivo de lucros, após anos sucessivos de prejuízos.

A empresa de tecnologia obteve ganho de US$ 100 milhões (R$ 370 milhões) no segundo trimestre, dos quais US$ 42 milhões (R$ 155 milhões) foram atribuídos a um benefício fiscal no Brasil.

"Não creio que estejamos vendo o fim da mídia social na forma pela qual a conhecemos", disse Youssef Squali, analista da SunTrust Robinson Humphrey. Na opinião dele, as redes sociais estão sofrendo "dores de crescimento sérias", agora que o setor está deixando o "oeste selvagem, em sua forma de lidar com os dados dos usuários". Squali argumentou que um período de ajustes as aguarda.

O contraste forte entre escândalo político e perspectivas de negócios favoráveis vem causando forte volatilidade no setor de mídia social o ano inteiro.

As ações do Facebook haviam subido mais de 40% depois da queda causada pela crise da Cambridge Analytica quatro meses atrás, o que elevara em US$ 230 bilhões (R$ 850 bilhões) o valor de mercado do grupo; nesta semana, elas inverteram seu rumo e o valor de mercado da empresa caiu mais de US$ 120 bilhões (R$ 440 bilhões), o equivalente a uma Petrobras e um Bradesco.

Nesta sexta, as ações da rede social de Mark Zuckerberg recuaram mais 0,78%, depois de terem perdido 19% na véspera. Os tombos da semana zeraram a valorização dos papéis do Facebook neste ano.

Em seu comunicado sobre os resultados trimestrais, o Twitter apontou que seus esforços de saneamento estavam dando resultado. Os experimentos iniciais mostram queda de 8% no número de queixas sobre abusos.

Jack Dorsey, cofundador e presidente-executivo do Twitter, disse que o esforço para tornar o Twitter "saudável" beneficiaria o crescimento da empresa no longo prazo, mesmo que tivesse custo considerável em termos de recursos de engenharia, em curto prazo.

Relacionadas