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As ações da gigante da tecnologia Apple caíram 5% nesta segunda-feira (12) e arrastaram consigo os mercados americanos, após dois de seus fornecedores reduzirem projeções de receita.
Investidores viram o movimento como sinal de queda na demanda por iPhones, carro-chefe da Apple.
Os papéis fecharam o pregão a US$ 194,17 (R$ 730), ante pico de US$ 232 (R$ 872), em 3 de outubro.
Desde então, a Apple perdeu US$ 199,5 bilhões (R$ 749,5 bilhões) em valor de mercado, mais que o de empresas como a Disney (R$ 652 bilhões).
O montante também é superior ao valor da Petrobras (R$ 350 bilhões) somado ao da Vale (R$ 290 bilhões).
A Lumentum Holdings, fornecedora de sensores 3D que acionam o reconhecimento facial nos mais recentes iPhones, reduziu inesperadamente suas projeções.
Segundo Alan Lowe, presidente-executivo da empresa, eles receberam de um de seus clientes pedido para “redução material dos embarques” no segundo trimestre fiscal, envolvendo pedidos já realizados.
Embora a Lumentum não tenha citado a Apple —e tenha outros clientes no setor de smartphones, como a chinesa Huawei—, o alerta veio algumas horas depois de a Japan Display, uma das maiores fornecedoras de telas de cristal líquido (LCD) para o iPhone, reduzir projeções para o ano, mencionando “demanda volátil dos clientes”.
Com o tombo da Apple, o Dow Jones, principal índice de Nova York e onde a Apple tem peso de 5,2%, recuou 2,32%.
O índice de tecnologia Nasdaq perdeu 2,78%, e o S&P 500, 1,97% —só o segmento de tecnologia da informação deste indicador caiu mais de 3%.
“A Apple é uma referência”, afirma Randy Frederick, vice-presidente de operações e derivativos na corretora Schwab.
Quando a Apple parece estar em dificuldade existe a percepção de que isso afetará outras empresas de tecnologia, diz.
Entre as gigantes, a varejista Amazon caiu 4,4%, o serviço de streaming Netflix perdeu 3,1%, as ações da Alphabet, dona do Google, recuaram 2,57% e a rede social Facebook caiu 2,35%.
As ações da Apple estão sob forte pressão desde o início de novembro, quando a fabricante perdeu a marca de US$ 1 trilhão em valor após anunciar projeções desanimadoras para a temporada de festas e também que deixaria de reportar o volume de vendas de seus iPhones, iPads e Macs.
Isso alimentou preocupações de que a demanda pelos smartphones da companhia possa ter chegado a um pico.
Analistas do banco JPMorgan previram nesta segunda-feira que a Apple terá quedas em seus embarques de smartphones em 2018 e 2019.
O exterior negativo não deixou imune o Brasil. O Ibovespa recuou 0,14%, para 85.524,69 pontos. O dólar fechou em alta de 0,53%, a R$ 3,757.
Tradução de PAULO MIGLIACCI