'O Brasil é o país dos direitos, só não tem emprego', afirma Bolsonaro

No Facebook, presidente eleito negou aumento na alíquota da previdência dos servidores

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Heloísa Negrão
São Paulo

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) falou em live (ao vivo) do Facebook nesta sexta-feira (9) que o aumento do salário dos magistrados é uma decisão do presidente Michel Temer. 

"Eu ainda não sou presidente. Estão colocando na minha conta o reajuste do judiciário! Como se eu tivesse poder. A decisão é do presidente Michel Temer", disse.

 

De acordo com o Bolsonaro, ele já havia falado o que achava sobre o assunto. Uma semana antes, o capitão reformado havia dito que não poderia haver aumento somente para um setor. 

Bolsonaro em visita a Brasília durante a semana - Pedro Ladeira - 8.nov.18/Folhapress

Sobre a reforma da Previdência, o presidente eleito negou que irá aumentar a alíquota da previdência dos servidores públicos.

"Estão falando que eu vou aumentar de 11% para 22% o desconto previdenciário, isso é um absurdo", disse.

"O jornal O Globo está colocando na minha conta o aumento da previdência", afirmou e repetiu que ainda não é o presidente do país para tomar tais decisões. "A imprensa quer por na minha conta o mínimo de 40 anos [de trabalho e contribuição previdenciárias para poder se aposentar ]. É um absurdo", disse.Segundo

o eleito, os fatos noticiados estavam em projetos que ele recebeu durante ida a Brasília. "Recebi muitos projetos. Nós queremos uma reforma da previdência, mas não vamos começar pelo trabalhador", disse.

Sobre as críticas que recebeu após afirmar que irá extinguir o Ministério do Trabalho, Bolsonaro afirmou que não irá acabar com os direitos.

"Eu não vou tirar direito. Está na Constituição. Não vou dar murro em ponta de faca."

O presidente eleito criticou os sindicalistas, que, segundo ele, disseram que os direitos trabalhistas correm riscos. "É muito fácil a vida de sindicalista, não são todos, mas eles ficam lá engordando e criticando".

Ainda sobre as leis trabalhistas, Bolsonaro comparou o país com os Estados Unidos e falou que "o Brasil é o país dos direitos, só não tem emprego" e que sua meta é aumentar o número de empregos. 

Ele atribuiu a relação direitos e empregos aos empresários com quem conversa. "Os empresários estão falando isso. Ou tem emprego e menos direitos, ou tem direito e menos empregos".

Bolsonaro voltou a defender e elogiar o economista Paulo Guedes, que será ministro da superpasta da Economia.

AGRICULTURA

Sobre a escolha de Tereza Cristina (DEM-MS) para a liderança do Ministério da Agricultura, Bolsonaro disse que desde a campanha já havia dito que o setor produtivo iria escolher o nome para a pasta.          

Bolsonaro afirmou que irá ele próprio escoolher o nome para o Meio Ambiente. Os ministérios, que inicialmente seriam fundidos em uma mesma pasta, permanecerão separados.

O presidente eleito também fez  críticas ao Ibama e aos ambientalistas. 

"Vocês não sabem o que é produzir no Brasil. Aproximadamente 40% das multas vão para ONGs, eu não sei se isso é verdade, mas se for, vocês já sabem o que vai acontecer", disse.

Bolsonaro lembrou que foi multado em R$ 10 mil por pesca em local proibido, o que ele afirmou ser perseguição, pois no mesmo horário em que a multa foi aplicada, estava no Congresso.

O presidente eleito disse que em seu governo o turismo será usado para preservar o meio ambiente e gerar empregos. Ele criticou a demarcação de áreas de preservação ambiental, algo feito, segundo Bolsonaro, pelos "xiitas do Ibama". 

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